'Querem matar meu pai', dispara Flávio sobre intimação na UTI

LIGA DAS NOTÍCIAS

Em meio a um novo episódio que reacende tensões políticas e jurídicas no Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal após seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ter sido intimado judicialmente enquanto internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. A intimação, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, gerou forte reação do senador, que classificou o ato como desumano e perigoso, afirmando que a ação pode ter colocado em risco a vida do ex-presidente.


Segundo Flávio, a presença de uma oficial de justiça na UTI para cumprir a determinação judicial causou um abalo emocional em Jair Bolsonaro, justamente em um momento em que ele precisava de repouso absoluto e cuidados médicos intensivos. “Querem matar meu pai”, escreveu o senador em suas redes sociais nesta quinta-feira, 24 de abril, demonstrando indignação e preocupação com a saúde do ex-chefe do Executivo. Para o parlamentar, a medida foi um ataque direto à dignidade e à integridade física do paciente, num ambiente que deveria ser preservado de qualquer estresse externo.


A intimação judicial, conforme relatos, ocorreu na quarta-feira, 23 de abril, e rapidamente ganhou destaque nas redes sociais e em veículos de imprensa. Flávio afirmou que, além de desnecessária, a ação judicial dentro de uma UTI representa uma forma de violência institucional. Ele destacou ainda que a medida contribuiu para o agravamento do quadro clínico do ex-presidente, que já se encontrava fragilizado. Jair Bolsonaro está internado tratando complicações médicas, entre elas a elevação das enzimas hepáticas, conforme divulgado anteriormente.


O senador pediu a seus apoiadores que compartilhassem amplamente a imagem do momento em que a oficial de justiça esteve no hospital. Segundo ele, trata-se de um episódio inédito na história do país e que merece ser conhecido internacionalmente. “Essa imagem tem que rodar o mundo”, escreveu, acrescentando que nunca antes no Brasil um paciente em estado delicado foi submetido a esse tipo de constrangimento por parte do Judiciário. Para Flávio, é uma demonstração clara de que os limites da compaixão e da civilidade estão sendo ultrapassados.


A ação do ministro Alexandre de Moraes faz parte de investigações em curso que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo possíveis violações cometidas durante seu governo e após o término de seu mandato. Moraes, relator de diversos inquéritos no STF, tem sido figura central em decisões polêmicas envolvendo aliados do ex-presidente, o que frequentemente desencadeia reações duras por parte da oposição.


A decisão de Moraes de autorizar a intimação diretamente no leito hospitalar provocou repercussões também em outros setores da política. Parlamentares da base bolsonarista acusaram o ministro de abuso de autoridade, enquanto setores mais alinhados ao STF defenderam a legalidade do ato, sustentando que não há impedimento jurídico para que um paciente seja intimado desde que respeitados os limites médicos e legais.


O episódio reaquece o debate sobre os limites entre Justiça, saúde e política em um cenário onde a polarização continua a ditar o tom do discurso público. A oposição acusa o STF de atuar politicamente contra Bolsonaro e seus aliados, enquanto os defensores do Supremo argumentam que a corte cumpre seu papel constitucional diante de possíveis crimes cometidos por agentes públicos, independentemente de sua condição atual.


Enquanto isso, Jair Bolsonaro permanece internado sob observação médica, com seu estado de saúde sendo monitorado de perto. Familiares e aliados seguem atentos às atualizações clínicas e às repercussões políticas do caso, que promete alimentar o cenário de tensão entre os Poderes nos próximos dias.


Em um país onde os debates jurídicos frequentemente se misturam às disputas políticas, a imagem da oficial de justiça na UTI tornou-se símbolo de um conflito mais amplo, envolvendo questões de legalidade, humanidade e limites institucionais. Para Flávio Bolsonaro, o momento representa uma grave afronta aos direitos de um paciente, para outros, apenas o cumprimento da lei. Seja qual for a interpretação, o fato já marca mais um capítulo conturbado na história recente da política brasileira.

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