Durante o embate, Maria do Rosário saiu em defesa da medida do governo, alegando que o aumento do IOF seria necessário para manter programas sociais e investimentos públicos. A argumentação, no entanto, foi vista como frágil e distante da realidade da população brasileira que enfrenta dificuldades econômicas cada vez mais severas. Ciro Nogueira, ao rebater a fala da deputada, não poupou críticas e expôs o que chamou de discurso falacioso e descolado do Brasil real. O senador destacou que o Congresso apenas cumpriu seu papel ao rejeitar mais um aumento de impostos proposto pelo governo federal.
Em tom firme, Ciro afirmou que a sociedade brasileira está saturada com a carga tributária excessiva e não suporta mais arcar com os custos da má gestão e da irresponsabilidade fiscal. Ele ressaltou que a argumentação de que o IOF atinge apenas quem viaja para o exterior é uma narrativa mentirosa, difundida por setores da mídia favorável ao governo. Para ilustrar sua crítica, o senador questionou diretamente Maria do Rosário sobre os impactos do imposto no consumo interno. Citou o exemplo de um trabalhador que compra um eletrodoméstico financiado em 24 parcelas com esforço e sacrifício. Para ele, esse cidadão também é penalizado com o IOF, desmontando a tese de que o tributo atinge apenas uma elite econômica.
O episódio gerou repercussão imediata nas redes sociais, com ampla maioria dos comentários apontando a fala de Ciro Nogueira como um reflexo da indignação popular diante das medidas impopulares do atual governo. Internautas também criticaram a postura da deputada petista, que, segundo muitos, ignorou o sofrimento das famílias brasileiras que enfrentam alta da inflação, juros elevados e queda no poder de compra. O vídeo do embate viralizou, sendo compartilhado por influenciadores, parlamentares da oposição e até mesmo por simpatizantes de centro que se dizem decepcionados com os rumos da política econômica da gestão Lula.
A queda do decreto do IOF foi interpretada como uma derrota significativa para o Palácio do Planalto, especialmente por ter ocorrido com votação expressiva na Câmara dos Deputados. Parlamentares da base governista, pegos de surpresa pela inclusão do tema na pauta, tentaram articular uma reação, mas já era tarde. A insatisfação de diversas bancadas com o avanço de impostos sem diálogo prévio foi determinante para o revés. O governo, por sua vez, optou pelo silêncio estratégico, evitando comentários públicos sobre o impacto político da derrota.
Ciro Nogueira, que vem se consolidando como uma das vozes mais combativas da oposição no Senado, afirmou que continuará atento às investidas do Executivo contra os contribuintes. Disse que não aceitará que o cidadão pague a conta do gigantismo estatal e de escolhas políticas equivocadas. O senador defendeu uma reforma tributária que simplifique o sistema, reduza a carga e combata privilégios, sem penalizar ainda mais a classe média e os mais pobres.
Maria do Rosário, por outro lado, insistiu em seu posicionamento favorável ao decreto derrubado. Afirmou que a arrecadação seria fundamental para manter as políticas públicas e que a crítica ao aumento do IOF esconde, na verdade, uma tentativa da oposição de inviabilizar o governo Lula. Sua fala, porém, não conseguiu sensibilizar os colegas no Congresso, nem a opinião pública, que vê com desconfiança qualquer tentativa de elevar impostos em meio a uma economia fragilizada.
O embate entre os dois parlamentares sintetiza o clima atual de tensão entre o Executivo e o Legislativo, e evidencia a crescente resistência da sociedade contra mais tributos e menos liberdade econômica. Enquanto o governo insiste em aumentar a arrecadação, o Congresso começa a reagir, pressionado por uma base eleitoral que cobra coerência, responsabilidade e, principalmente, respeito ao dinheiro do contribuinte.