Ciro Nogueira diz que governo Lula “ataca” Congresso

LIGA DAS NOTÍCIAS

 O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP), fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 1º de julho de 2025, após a reação do Palácio do Planalto à decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que autorizava o aumento do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras. Para o parlamentar, a postura do governo diante da derrota legislativa revela fraqueza institucional, descontrole político e desrespeito ao papel do Parlamento na proteção da sociedade contra medidas fiscais impopulares.


Ciro afirmou que o governo Lula demonstra sinais de esgotamento e incapacidade de diálogo com o Congresso. Segundo ele, o Executivo, em vez de construir consensos, opta por atacar parlamentares e criminalizar decisões legítimas do Legislativo, especialmente quando não consegue apoio para aumentar a carga tributária. O senador classificou a tentativa do governo de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para reverter a decisão do Congresso como um desrespeito à vontade popular e uma afronta à democracia representativa.


Em sua declaração, Ciro afirmou que o país vive sob um governo frágil, sem respaldo das ruas e cada vez mais distante das necessidades reais da população. Para ele, a insistência em elevar impostos em um cenário de crise econômica apenas reforça o abismo entre o Palácio do Planalto e os brasileiros que lutam para sobreviver diante do aumento do custo de vida e da estagnação econômica. O senador disse que o Congresso Nacional, ao revogar o decreto do IOF, agiu em defesa dos trabalhadores, dos empreendedores e das famílias brasileiras que não aguentam mais ser penalizadas com tributos abusivos.


A crítica do senador ganha ainda mais relevância no momento em que a Advocacia-Geral da União, sob comando de Jorge Messias, ingressa no Supremo com uma ação contra o decreto legislativo que derrubou o aumento do imposto. A iniciativa é vista por parlamentares da oposição como uma tentativa desesperada do governo de manter sua agenda econômica à força, atropelando o Legislativo. Ciro Nogueira destacou que o recurso ao Judiciário não tem base jurídica sólida, já que o Congresso agiu dentro de sua competência constitucional ao sustar um ato do Executivo considerado abusivo.


Aliado de Jair Bolsonaro e um dos principais líderes da oposição, Ciro tem se posicionado com firmeza contra o aumento de tributos. Ele vem liderando articulações no Senado para barrar outras medidas econômicas do governo que, segundo ele, sacrificam a população e inviabilizam a retomada do crescimento. O senador também acusou o governo de tentar manipular a opinião pública ao afirmar que o IOF atinge apenas os mais ricos ou quem viaja ao exterior. Para ele, essa narrativa é mentirosa, já que o imposto incide sobre operações comuns, como parcelamento de compras, crédito consignado e uso do cartão de crédito.


Nos bastidores de Brasília, a derrota do governo no episódio do IOF é vista como um termômetro do enfraquecimento da base governista no Congresso. A falta de articulação política, somada ao desgaste com a sociedade civil, tem provocado uma série de derrotas ao Planalto em votações estratégicas. A queda de braço com o Parlamento sobre a questão tributária evidencia a dificuldade do governo em sustentar sua agenda econômica diante de uma oposição cada vez mais organizada.


Ciro Nogueira também alfinetou o PT ao lembrar que, historicamente, o partido sempre recorreu a aumentos de impostos como solução para os problemas fiscais, ao invés de cortar gastos ou reformar a máquina pública. Ele afirmou que o povo brasileiro está cansado de ser tratado como caixa automático do Estado e que a sociedade está mais vigilante, disposta a cobrar coerência e responsabilidade dos governantes.


A reação do governo à derrubada do decreto e o envio da ação ao STF prometem prolongar a disputa entre os Poderes e abrir um novo embate sobre os limites da atuação do Executivo. Parlamentares da oposição já se articulam para apresentar projetos que impeçam aumentos unilaterais de impostos por meio de decretos presidenciais, fortalecendo o papel do Congresso como guardião do equilíbrio fiscal e defensor do contribuinte.


O cenário indica que o governo Lula enfrentará um segundo semestre turbulento, marcado por embates institucionais, resistências crescentes no Legislativo e pressão popular por medidas que aliviem o peso dos impostos, e não o contrário. Enquanto isso, vozes como a de Ciro Nogueira continuarão ganhando força entre os que veem no Congresso a última barreira contra o avanço de uma política econômica que, segundo seus críticos, impõe sacrifícios ao povo para sustentar um Estado inchado e ineficiente.


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