Com o passar dos meses, a situação dos dois protagonistas da política brasileira não se estabilizou completamente. Em março de 2025, mais de um ano após essa decisão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Jair Bolsonaro e outros 33 indivíduos relacionados ao suposto plano de golpe de Estado, mas Valdemar Costa Neto não foi incluído na lista de denunciados. Esse fato gerou um movimento entre os aliados de Valdemar, sugerindo que o presidente do PL poderia pedir a revogação da proibição de contato com Bolsonaro, já que, segundo eles, não haveria mais razão para manter a medida restritiva.
Interlocutores de Valdemar afirmam que, caso o político não tenha sido incluído nas acusações formais da PGR, ele não vê mais justificativa para continuar distante do ex-presidente. Há rumores de que uma ação solicitando a revogação da proibição possa ser movida em breve, já que o ex-presidente Bolsonaro já entregou sua defesa ao STF, o que pode significar uma aproximação da resolução dos processos judiciais em andamento.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, declarou que Valdemar sempre manifestou o desejo de retomar o contato com Bolsonaro. Ele argumenta que, mesmo antes das denúncias, Valdemar já não via sentido na proibição, e com a exclusão de seu nome da lista da PGR, a medida parece ainda menos justificável. Porém, Cavalcante não soube afirmar com certeza se o pedido será formalizado de imediato.
Apesar desse desejo de reconciliação entre Bolsonaro e Valdemar, alguns membros próximos ao presidente do PL adotam uma postura mais cautelosa. Esses aliados recomendam que Valdemar espere mais tempo antes de mover qualquer ação, pois a jornada judicial de Bolsonaro ainda está longe de ser concluída, o que poderia trazer riscos para o presidente do PL se ele se envolver em novas disputas públicas antes de um desfecho claro.
Durante o período em que os dois líderes ficaram afastados, houveram poucas oportunidades para interação. O momento mais próximo de uma comunicação direta entre eles foi na missa de sétimo dia da mãe de Valdemar Costa Neto, mas em outros eventos, onde ambos estavam presentes, tiveram que ser criadas estratégias para evitar o encontro. Essa situação, embora constrangedora, não impediu que o PL e Bolsonaro continuassem com suas respectivas agendas, embora a distância tenha gerado certo desconforto entre os dois.
O cenário atual sugere que Valdemar, ao ver sua posição mais consolidada após a não inclusão nas denúncias, pode tentar buscar uma flexibilização das restrições impostas pelo STF. Esse movimento reflete não apenas um desejo de retomar a comunicação com Bolsonaro, mas também uma tentativa de restabelecer uma harmonia política interna dentro do PL, que, como partido, ainda busca se alinhar em torno de uma estratégia para os próximos anos.
Por outro lado, a cautela de alguns aliados de Valdemar demonstra que o caminho de uma reaproximação com Bolsonaro não é simples. O impacto político e jurídico dessa decisão ainda precisa ser analisado com mais profundidade, especialmente considerando o clima tenso e imprevisível em torno das investigações em andamento. O futuro político de Bolsonaro e a forma como ele será tratado pelas instâncias judiciais também podem influenciar diretamente essa possível reaproximação, tornando a situação mais delicada para qualquer movimento apressado.
Portanto, enquanto o entorno de Valdemar Costa Neto demonstra um crescente desejo de revogar as restrições impostas, a decisão final ainda depende de uma série de fatores, incluindo as perspectivas legais e o rumo que as investigações de Bolsonaro tomarem nas próximas semanas. A política brasileira, como sempre, se mostra um campo de alianças mutáveis e tensões constantes, onde o timing e as decisões estratégicas podem determinar o futuro dos principais personagens desse cenário.