O ex-mandatário parabenizou Moraes, conhecido por sua atuação em processos envolvendo a oposição ao governo, e usou o espaço para fazer uma lista de acusações contra o ministro. Bolsonaro mencionou o inquérito do “golpe”, que investiga supostas tentativas de derrubar os resultados das eleições de 2022, além de outros casos que marcaram o período de seu governo. A crítica se estendeu à gestão da pandemia, ao caso das joias que se tornaram um tema de debate público e até à atuação de Moraes no sentido de defender, segundo ele, a “democracia” através de métodos autoritários, como censura, atropelos processuais e prisões políticas.
Mas a ironia não parou por aí. O ex-presidente também fez questão de “parabenizar” o presidente Lula, mais uma vez em tom sarcástico, por algo que, para ele, continua sendo um problema para muitos brasileiros: o preço da picanha. Bolsonaro fez referência a uma promessa feita por Lula durante um evento realizado em Sorocaba, no interior de São Paulo, em que o presidente afirmou que o preço dos alimentos, e especificamente da carne, iria diminuir. “Parabéns também ao Lula, pela picanha que nunca chegou e ainda ficou mais inacessível”, escreveu Bolsonaro em sua publicação, ironizando a alta nos preços dos alimentos, que tem sido uma das maiores preocupações da população brasileira desde a chegada de Lula ao poder.
Além disso, o ex-presidente aproveitou a data simbólica do 1º de abril, popularmente conhecido como o Dia da Mentira, para concluir sua mensagem com um toque de humor, afirmando: “O dia de hoje é todo de vocês. Aproveitem! Um forte abraço!” A frase pode ser entendida como uma tentativa de suavizar, ou até mesmo se divertir, com as acusações que fez ao longo da postagem, ao mesmo tempo em que mantém seu tom crítico e desafiador.
O comentário de Bolsonaro sobre o preço da picanha remete a um discurso recorrente do atual presidente Lula, que tem repetido suas promessas de que a economia irá se estabilizar e que os preços dos alimentos voltarão a ser acessíveis. Em diversas ocasiões, Lula tem afirmado que o Brasil passará por uma redução no custo de vida, especialmente em relação aos itens básicos, como carnes e arroz. No entanto, a promessa ainda não se concretizou, e muitos brasileiros continuam enfrentando dificuldades financeiras para adquirir produtos como a carne bovina, um dos itens mais caros da cesta básica.
O tom de Bolsonaro nas redes sociais não é novidade. Desde sua saída da presidência, ele tem usado suas plataformas para criticar frequentemente o governo de Lula, o STF e outras figuras políticas com as quais manteve conflitos durante seu mandato. A relação entre Bolsonaro e Moraes é particularmente tensa, com o ex-presidente sendo alvo de investigações no Supremo Tribunal Federal, principalmente sobre as manifestações contra os resultados das últimas eleições e a acusação de envolvimento em ataques à democracia.
Enquanto isso, o governo Lula segue trabalhando para tentar cumprir suas promessas econômicas, enfrentando não apenas os desafios impostos pela inflação e pelo custo de vida, mas também um cenário político polarizado e com constantes críticas vindas da oposição. As declarações de Bolsonaro, embora em tom irônico, seguem sendo um reflexo de um clima político ainda muito dividido no Brasil.
Bolsonaro também tem se mostrado cada vez mais presente nas discussões políticas, não apenas por meio de suas postagens, mas também em encontros com figuras da oposição, discutindo temas como anistia e outras pautas que podem influenciar as eleições de 2026. A oposição, de modo geral, busca maneiras de enfraquecer o governo de Lula e se posicionar como alternativa para o futuro político do país.
O 1º de abril, portanto, não passou despercebido por Bolsonaro, que, com seu estilo irreverente e polêmico, continua a desafiar a atual administração e a se manter como uma das principais figuras políticas do Brasil. A ironia e o humor que marcaram sua postagem apenas refletem a continuidade do seu posicionamento no cenário político, sempre com um olhar atento às reações da população e à situação econômica do país, que segue sendo um ponto crítico para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.