Bolsonaro, conhecido por sua postura crítica à atual gestão e ao STF, destacou que o que está sendo conduzido contra ele é um julgamento político. Ele acusou o tribunal de tentar eliminar sua candidatura em 2026 através de manobras jurídicas e de um julgamento tendencioso. Segundo ele, o tribunal age com parcialidade e um objetivo claro de impedi-lo de competir nas urnas, pois acredita que sua candidatura representaria uma vitória inevitável, tanto na presidência quanto no Senado.
Ainda em sua manifestação, o ex-presidente declarou que os procedimentos adotados pelo STF são uma forma de atentado jurídico à democracia brasileira. Segundo ele, é evidente que, ao atropelar prazos e regras, a Corte demonstra medo da vontade popular e da sua força eleitoral. Em suas palavras, se realmente acreditassem na democracia, seus adversários o enfrentariam no voto e não através de estratégias no judiciário. Ele reforçou que o cenário político nacional está sendo observado pela comunidade internacional, que já teria identificado padrões de perseguição política semelhantes aos observados em países como Nicarágua e Venezuela, onde opositores políticos também foram alvo de processos seletivos e acusações de “ameaça à democracia”.
Por fim, Bolsonaro afirmou que a motivação para sua aceleração no processo judicial é clara: sua oposição ao governo e o desejo de seu retorno ao poder. O ex-presidente lamentou que a disputa democrática esteja sendo ofuscada por oponentes que preferem atacá-lo no campo jurídico ao invés de no embate político.
Neste contexto, o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, decidiu que Bolsonaro e outros sete aliados seriam tornados réus no caso que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023. A decisão, tomada na tarde de quarta-feira (26), teve um placar de 5 votos a 0. Com isso, será dada sequência à ação penal que agora envolve o ex-presidente e seus aliados, como o ex-ministro da Defesa e Casa Civil Walter Braga Netto, o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O julgamento, que poderá ter desdobramentos importantes na política brasileira, especialmente em relação às eleições de 2026, segue causando repercussão. No momento em que o Supremo decidiu pelo início da ação penal, a oposição e figuras políticas ligadas a Bolsonaro manifestaram indignação, argumentando que o processo é uma tentativa de silenciar a oposição.
Essa manifestação pública de Bolsonaro e a decisão do STF marcaram mais um capítulo de um embate que continua a dividir o país, com apoio e críticas a ambos os lados. Enquanto Bolsonaro vê nas acusações uma estratégia para prejudicar sua imagem e suas chances nas próximas eleições, seus opositores argumentam que a investigação e o julgamento são necessários para esclarecer o que ocorreu nos dias que antecederam o 8 de janeiro e evitar que situações semelhantes aconteçam no futuro.
Além das repercussões jurídicas e políticas, o caso segue sendo um ponto de discussão nos bastidores do poder e nas redes sociais. A decisão da Corte pode afetar as perspectivas eleitorais de Bolsonaro, que, por sua vez, segue criticando o tratamento que está recebendo. De um lado, a base bolsonarista se mobiliza, acusando perseguição, enquanto a oposição se posiciona como defensora da justiça e da necessidade de responsabilização de figuras públicas acusadas de envolvimento em eventos que ameaçaram a ordem democrática no Brasil. A população brasileira continua atenta a esses acontecimentos, que poderão ter um impacto duradouro na política nacional.