ANISTIA: Avenida Paulista vai lotar no próximo domingo

LIGA DAS NOTÍCIAS


O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou uma nova manifestação para o próximo domingo, 29 de junho, na Avenida Paulista, em São Paulo, reforçando seu apelo por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Com o lema “Justiça já”, o evento promete reunir milhares de apoiadores e lideranças conservadoras em um ato que, segundo Bolsonaro, busca defender a democracia e combater o que chamou de cerceamento das liberdades. Em entrevista concedida à Rádio Auriverde, o ex-chefe do Executivo afirmou que o momento exige resistência, destacando que não se pode aceitar passivamente a suposta “vitória do sistema”.


Segundo Bolsonaro, o Brasil vive um processo de erosão das liberdades e de perseguição política disfarçada sob o manto da Justiça. Para ele, a resposta popular é fundamental diante do avanço do autoritarismo. O ex-presidente foi enfático ao declarar que o povo não deve se render às decisões que, em sua visão, colocam inocentes atrás das grades. Ele relembrou o contexto político da Lei da Anistia de 1979, sancionada durante o governo do general João Figueiredo, dizendo que aquela medida foi fundamental para a pacificação nacional. Agora, segundo ele, seria o momento de repetir o gesto e “passar uma borracha nisso tudo”.


O vídeo divulgado nas redes sociais com o jingle “volta, capitão” intensificou o clima de mobilização. A peça publicitária apresenta imagens de manifestações anteriores, com bandeiras do Brasil, orações coletivas e pedidos de justiça. No encerramento do vídeo, Bolsonaro convoca: “Compareça na Paulista. É por justiça, é por liberdade.” A manifestação conta com o apoio declarado de nomes como o pastor Silas Malafaia e diversos parlamentares da oposição, incluindo deputados do PL e de outras siglas conservadoras, como Gustavo Gayer (PL-GO), que denuncia supostas irregularidades nos processos de julgamento dos envolvidos nos atos do 8 de janeiro.


Os organizadores do evento afirmam que não se trata apenas de um ato político, mas de um grito de socorro diante do que consideram abusos por parte do Supremo Tribunal Federal, em especial do ministro Alexandre de Moraes. A atuação do magistrado tem sido alvo constante de críticas por parte da oposição, que o acusa de extrapolar os limites constitucionais em nome de um combate à desinformação que, na prática, estaria suprimindo o contraditório e calando vozes conservadoras. Parlamentares envolvidos na organização da marcha também destacam que há uma pressão crescente para que o Congresso Nacional avance com o projeto de anistia que tramita na Casa, e veem a mobilização nas ruas como uma forma legítima de pressionar os representantes eleitos.


Nos bastidores, aliados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente vem articulando discretamente sua presença em outras regiões do país, buscando ampliar a adesão à proposta de anistia e fortalecer a base popular que sustenta seu capital político. A manifestação de domingo na Paulista é considerada uma espécie de termômetro da força do movimento conservador em meio ao cenário atual. Apesar de estar inelegível, Bolsonaro ainda é uma das figuras políticas mais populares do país e sua capacidade de mobilização nas ruas é vista com preocupação por setores da esquerda e do próprio governo Lula.


O ex-presidente também fez questão de lembrar que o ato não é apenas em defesa dos que foram presos, mas também daqueles que, segundo ele, foram injustamente exilados, perseguidos judicialmente ou silenciados pelas decisões do sistema de Justiça. Ele citou casos de ativistas e jornalistas que estariam sofrendo retaliações por suas posições políticas, dizendo que o Brasil não pode continuar caminhando na direção de um regime onde apenas um lado pode se manifestar. A fala ressoou entre os apoiadores, que veem em Bolsonaro a principal voz de resistência contra o avanço do que classificam como uma ditadura do Judiciário.


Diante da convocação, o governo federal e autoridades de segurança pública monitoram os desdobramentos com cautela. Há expectativa de grande público, e o policiamento na Avenida Paulista deverá ser reforçado para evitar confrontos e garantir a ordem durante o evento. Organizações de direitos humanos e entidades ligadas ao campo progressista já manifestaram preocupação com o teor do ato, que, segundo eles, pode fomentar discursos antidemocráticos. Por outro lado, os apoiadores insistem que sua manifestação é legítima e que o verdadeiro ataque à democracia vem da repressão institucional.


Com a marcha de domingo, Bolsonaro busca reacender a chama do movimento conservador que o levou ao poder em 2018 e que, mesmo após sua saída do Planalto, continua representando um segmento expressivo da sociedade brasileira. A manifestação pela anistia é mais do que um apelo jurídico: trata-se de uma mensagem política poderosa, capaz de moldar o debate nacional nos próximos meses e pressionar o Congresso em um tema que divide o país.


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