Protesto na Avenida Paulista expõe rejeição à Globo: 'Globo Lixo', gritam manifestantes"

LIGA DAS NOTÍCIAS

 


Milhares de pessoas se reuniram neste domingo, 6 de abril, na Avenida Paulista, em São Paulo, para participar de um ato em apoio à anistia dos presos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Desde o início da manhã, manifestantes já ocupavam os principais trechos da avenida com bandeiras, cartazes e camisetas em defesa da liberdade e da justiça para os que consideram perseguidos políticos do atual governo. A manifestação, que contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e diversas lideranças políticas e religiosas, foi marcada por discursos, orações e palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal, o atual presidente Lula e os grandes veículos de comunicação, em especial a Rede Globo.


Durante o ato, um dos momentos que mais chamou atenção foi quando os manifestantes, em coro, gritaram palavras de repúdio à emissora, entoando “Globo lixo” em diversos momentos. A crítica à cobertura jornalística da Globo sobre os fatos do 8 de janeiro e a maneira como a emissora tem retratado os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro refletiu a indignação do público presente, que considera o canal parcial e alinhado aos interesses do governo atual.


As imagens da multidão reunida na Paulista, somadas às falas inflamadas de figuras como pastores evangélicos, deputados e senadores, reforçaram o tom político do evento. O movimento pela anistia ganhou força nos últimos meses após a revelação de relatos de maus-tratos em presídios, denúncias de abusos jurídicos e a demora nos julgamentos dos detidos. Famílias inteiras estiveram presentes na manifestação, muitas vestindo camisetas com rostos dos presos e segurando faixas que pediam “liberdade para os patriotas”.


Jair Bolsonaro foi recebido com entusiasmo pelos manifestantes. Em seu discurso, reforçou o pedido de anistia, defendeu os direitos individuais e criticou o que chamou de “perseguição política”. Ele também fez menção direta ao STF e à forma como alguns ministros vêm conduzindo processos contra cidadãos comuns. O ex-presidente destacou que a manifestação não é apenas por liberdade, mas também por justiça e pelo resgate dos valores democráticos que, segundo ele, estão sendo desrespeitados.


A mobilização também foi marcada pela presença de governadores, como Tarcísio de Freitas, de São Paulo, que recebeu Bolsonaro horas antes do início oficial do evento. O apoio institucional de nomes relevantes da política conservadora evidenciou a força do movimento, que, mesmo sob críticas e resistência de setores da imprensa e da esquerda, segue ganhando apoio popular.


Enquanto os discursos ocorriam no palco principal montado próximo ao MASP, em outros pontos da avenida diversos grupos organizavam rodas de oração, cantavam hinos cristãos e prestavam homenagens aos presos. A espiritualidade foi um dos elementos centrais do ato, com a presença marcante de lideranças religiosas que conduziram orações pedindo justiça divina para os acusados e proteção ao Brasil.


Apesar da grande concentração de pessoas, o ato ocorreu de forma pacífica. A Polícia Militar acompanhou a movimentação e não foram registradas ocorrências de violência ou confronto. A organização do evento orientou os participantes a manterem a ordem, e diversos voluntários colaboraram com a distribuição de água, apoio a idosos e informações para os presentes.


Em meio à manifestação, vídeos e transmissões ao vivo inundaram as redes sociais, tornando o ato um dos assuntos mais comentados do dia. Hashtags relacionadas ao evento figuraram entre os tópicos mais populares no X (antigo Twitter), com usuários compartilhando fotos, vídeos e declarações de apoio. Influenciadores e parlamentares de direita também repercutiram a manifestação, reforçando o discurso pela liberdade e pela necessidade de rever as prisões do 8 de janeiro.


O evento deste domingo na Avenida Paulista representa mais um capítulo da mobilização crescente de setores da sociedade que não se sentem representados pelo atual governo e suas instituições. Com críticas contundentes à mídia, à Justiça e ao governo federal, os manifestantes deixaram claro que o movimento pela anistia está longe de arrefecer. Ao contrário, o que se viu foi uma demonstração de força, fé e resistência por parte daqueles que acreditam estar lutando por um país mais livre e justo.


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