Nikolas Ferreira denuncia interferência de Moraes contra anistia do 8/1

LIGA DAS NOTÍCIAS

O cenário político brasileiro ganhou mais um capítulo conturbado nesta terça-feira, 15 de abril de 2025, quando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) utilizou suas redes sociais para criticar severamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova manifestação do parlamentar teve como estopim uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, que detalha uma suposta articulação política conduzida por Moraes para interferir na tramitação da proposta de anistia aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. A matéria aponta para uma atuação ativa do ministro nos bastidores do Congresso Nacional, comportamento que, segundo Nikolas e outros críticos, ultrapassa os limites constitucionais que deveriam separar os poderes da República.


De acordo com a reportagem mencionada, Alexandre de Moraes estaria realizando reuniões informais com parlamentares, promovendo jantares e modulando suas decisões judiciais de acordo com a temperatura política. Essas ações, segundo O Globo, fazem parte de uma tentativa do ministro de convencer membros do Congresso a não avançar com a proposta de anistia aos presos pelos atos do 8 de janeiro. O jornal ainda sugere que Moraes vem agindo com sutileza para não ser acusado de pressionar diretamente o Legislativo, mas sem esconder seu descontentamento com a pauta.


Nikolas Ferreira reagiu duramente à informação. Em seu perfil oficial, o deputado criticou o que considera ser uma clara demonstração de parcialidade e desrespeito ao princípio da separação dos poderes. Para ele, a atuação de Moraes configura um desvio de função que coloca em risco os fundamentos democráticos do país. Em tom irônico e indignado, o parlamentar afirmou: “Parcialidade, violação ao princípio da separação de poderes, desvio de função em prol, é claro, da democracia. Várzea.”


A crítica de Nikolas se intensificou ainda mais diante de outra revelação, desta vez feita pelo jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Segundo a publicação, ministros próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva estariam articulando com o STF uma possível intervenção para livrar o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) de uma cassação no plenário da Câmara dos Deputados. A medida visaria reverter uma eventual decisão do Conselho de Ética da Casa, órgão que já sinalizou a possibilidade de punição ao parlamentar. Ao tomar conhecimento da movimentação, Nikolas ironizou: “Fecha o Congresso. Entrega logo um trono pro Moraes e acaba com essa ladainha de democracia.”


A fala do deputado expressa uma crítica recorrente de parte da oposição ao governo Lula, que acusa o Supremo de extrapolar suas competências e de interferir em decisões que deveriam ser tomadas exclusivamente pelo Legislativo. Para esses setores, a crescente influência do STF nos rumos políticos do país tem distorcido a lógica de pesos e contrapesos prevista na Constituição. Além disso, denunciam a omissão de parte da imprensa e da própria classe política diante do avanço do que classificam como um “judiciário politizado”.


Embora o Supremo Tribunal Federal não tenha se manifestado oficialmente sobre as acusações feitas pelo deputado mineiro, o histórico recente revela um clima tenso entre setores do Legislativo e da Corte. A tentativa de aprovação da anistia aos presos do 8 de janeiro se tornou um dos pontos centrais desse embate. Parlamentares favoráveis à proposta alegam que muitos dos detidos foram vítimas de prisões arbitrárias, enquanto opositores, incluindo membros do STF, afirmam que a medida enfraqueceria o combate aos atos que atentaram contra a democracia e as instituições.


O embate entre Nikolas Ferreira e Alexandre de Moraes é apenas um reflexo das profundas divisões políticas e institucionais que marcam o Brasil atual. Enquanto o deputado critica o que considera ser um STF fora de controle, ministros da Corte defendem sua atuação como necessária para garantir o Estado de Direito. Nesse ambiente polarizado, cresce a preocupação com a estabilidade institucional do país.


Com a escalada das tensões, muitos se perguntam até onde pode ir esse embate entre o Legislativo e o Judiciário. Nikolas Ferreira, por sua vez, promete continuar vocalizando sua insatisfação. Para ele, a defesa da Constituição exige coragem para denunciar, ainda que isso signifique se indispor com os mais altos cargos do Judiciário. Resta saber como o Congresso, o Supremo e o próprio governo federal vão reagir à crescente pressão de um dos parlamentares mais ativos e polêmicos da atual legislatura.

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