Família e médicos decidem permanência de Bolsonaro no hospital em RN

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro permanece internado no Hospital Rio Grande, em Natal, capital do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais durante uma agenda pública na cidade de Santa Cruz. Embora os médicos tenham declarado que Bolsonaro apresenta condições clínicas estáveis para ser transferido para outro estado, como São Paulo ou Brasília, a decisão conjunta entre a equipe médica responsável e a família foi a de mantê-lo na capital potiguar por tempo indeterminado. O mais recente boletim médico, divulgado na tarde desta sexta-feira, 11 de abril, afirma que ainda não há previsão de alta nem de transferência, reforçando que o ex-presidente segue sob cuidados intensivos.


A equipe médica que acompanha o quadro de saúde de Bolsonaro é composta pelos doutores Élcio Barreto e Leonardo Barreto, que seguem com o monitoramento clínico e cirúrgico do paciente. Apesar da estabilidade, o boletim ressalta que a situação requer acompanhamento constante e não descarta a possibilidade de novas intervenções, ainda que, até o momento, não haja indicação de cirurgia.


Bolsonaro foi levado inicialmente a uma unidade de saúde do interior do estado, onde passou pelos primeiros exames e foi sedado para investigação médica. De acordo com informações divulgadas pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, ele estava consciente e lúcido no momento em que foi transferido de helicóptero para Natal, em uma aeronave cedida pela governadora Fátima Bezerra. De lá, seguiu em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o hospital particular onde segue internado.


A situação de saúde do ex-presidente reacende preocupações relacionadas à facada sofrida em setembro de 2018, durante sua campanha eleitoral. Interlocutores próximos a Bolsonaro, ouvidos por veículos da imprensa, afirmaram que a dor abdominal teria sido causada por uma obstrução intestinal, complicação considerada uma sequela persistente do atentado. Desde o episódio, Bolsonaro já passou por várias cirurgias e internações, a maioria delas motivada por problemas gastrointestinais.


A presença do secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, durante a chegada do ex-presidente ao hospital, mostra que, apesar das diferenças políticas, houve uma mobilização institucional para garantir a segurança e o atendimento do paciente. A governadora Fátima Bezerra, do Partido dos Trabalhadores (PT), autorizou o uso do helicóptero oficial para o transporte de Bolsonaro, atitude que gerou repercussão e comentários de apoio e críticas nas redes sociais.


A escolha de permanecer em Natal, segundo fontes próximas à família Bolsonaro, levou em consideração o risco de deslocamento neste momento e a qualidade da estrutura médica oferecida pelo Hospital Rio Grande. Ainda que São Paulo e Brasília tenham hospitais de referência nacional, a avaliação foi de que não seria prudente realizar a transferência enquanto o quadro não apresentar maior estabilidade clínica. A decisão de permanência também buscou respeitar a avaliação dos especialistas que acompanham Bolsonaro desde sua chegada à capital potiguar.


Embora os médicos não descartem a necessidade de cirurgia em um futuro próximo, a abordagem atual tem sido conservadora, focada na estabilização do quadro e na realização de exames adicionais. Entre eles, uma tomografia abdominal seria fundamental para avaliar o nível de obstrução intestinal e possíveis complicações associadas.


O estado de saúde do ex-presidente continua sendo acompanhado com atenção por seus apoiadores, aliados políticos e pela imprensa. Nas redes sociais, figuras como o senador Rogério Marinho pediram orações pela recuperação de Bolsonaro. Já entre os opositores, a internação gerou reações diversas, com algumas manifestações críticas que voltaram a repercutir o atentado de 2018 e o histórico de problemas médicos que se seguiram desde então.


Enquanto permanece hospitalizado, o ex-presidente se mantém fora das articulações políticas e da cena pública, em um momento em que seu nome segue envolvido em investigações e processos judiciais. No entanto, aliados afirmam que ele acompanha as notícias e mantém comunicação com seus assessores mais próximos. A expectativa é que novos boletins médicos sejam divulgados nas próximas 48 horas para atualizar seu estado de saúde e indicar se haverá mudanças na conduta médica adotada até agora.


Diante das incertezas, a permanência de Bolsonaro em Natal é vista como medida de precaução. A recuperação segue cercada de atenção, não apenas médica, mas também política, dada a centralidade que o ex-presidente ainda exerce no cenário nacional. Por ora, ele segue sob os cuidados da equipe local, enquanto o país observa com expectativa os próximos desdobramentos.

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