Bolsonaro critica “rapidez” do Judiciário após STF marcar seu julgamento

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (13) após a corte definir com rapidez a data para o seu julgamento no caso de um suposto plano de golpe de Estado. Em uma postagem nas redes sociais, Bolsonaro questionou a velocidade com que o processo está sendo conduzido, associando essa celeridade à sua liderança nas pesquisas para as eleições presidenciais de 2026.


Segundo o ex-presidente, o julgamento de sua denúncia, agendado para os dias 25 e 26 de março, está sendo conduzido "na velocidade da luz". Bolsonaro alegou que isso só está acontecendo porque ele está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para a presidência. Ele também apontou que o processo, que inclui acusações graves como organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado, avança de forma excepcionalmente rápida, especialmente quando comparado a outros casos que tramitam no país.


"Mas só quando o alvo está em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto para Presidente da República nas eleições de 2026", escreveu Bolsonaro em sua publicação. Ele também criticou o fato de que o caso, com um inquérito considerado por ele como "repleto de problemas e irregularidades", está sendo levado a julgamento em um tempo curto de pouco mais de um ano, desde o início de fevereiro de 2024 até o agendamento do julgamento em março de 2025. Bolsonaro finalizou sua mensagem afirmando que o andamento do processo é “impressionante”.


O julgamento será conduzido pela Primeira Turma do STF, que é composta pelos ministros Cristiano Zanin, Carmen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux. A defesa de Bolsonaro já havia solicitado que o caso fosse analisado pelo plenário da corte, o que ainda não foi acatado.


Bolsonaro é um dos denunciados no caso que envolve uma suposta tentativa de golpe de Estado, com base em investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é acusado de integrar uma organização criminosa armada, que teria como objetivo a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de crimes como dano qualificado à União e deterioração de patrimônio tombado. Além de Bolsonaro, outros ex-integrantes de seu governo, como os ex-ministros Walter Braga Netto, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira, também fazem parte do grupo de denunciados. A acusação de golpe de Estado está relacionada à tentativa de invalidar o resultado das eleições presidenciais de 2022, especialmente após as manifestações que pediam intervenção militar.


O ex-presidente, que tem sido foco de investigações relacionadas a diversos episódios após deixar o cargo, continua sendo uma figura central nas disputas políticas do país, principalmente com relação à eleição presidencial de 2026. Sua postagem, além de criticar a rapidez do julgamento, também coloca em dúvida a imparcialidade do processo, sugerindo que o STF estaria agindo com pressa devido ao impacto político que sua liderança nas pesquisas eleitorais teria. Bolsonaro e seus apoiadores têm argumentado, desde o início, que as acusações são infundadas e politicamente motivadas, buscando enfraquecer sua imagem à medida que ele se prepara para disputar novamente a presidência.


O caso, que gerou grande repercussão, segue sendo uma das questões mais delicadas do atual cenário político brasileiro. Enquanto Bolsonaro questiona a “rapidez” do processo, o STF tem reiterado a importância de dar andamento aos casos que envolvem ameaças à ordem democrática, em um contexto onde a polarização política e a instabilidade institucional têm sido temas centrais. O julgamento do ex-presidente, que começa a ser tratado com a atenção devida no cenário político e jurídico, promete desdobramentos significativos, tanto no âmbito das investigações quanto nas perspectivas eleitorais para 2026.


No entanto, a defesa de Bolsonaro e seus aliados políticos não demonstram sinais de recuar, e a disputa sobre a forma de condução do processo tende a continuar alimentando o debate público. O ex-presidente, que permanece uma figura popular entre uma parcela significativa da população, certamente buscará manter sua imagem intacta, ao mesmo tempo em que a situação jurídica de sua candidatura a 2026 se torna cada vez mais incerta.


Esse julgamento e o comportamento do STF diante das acusações contra Bolsonaro devem, sem dúvida, ter um impacto direto nas próximas etapas da política brasileira, que continuam a se desenvolver em um cenário de forte polarização.

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