A repercussão foi imediata, com aliados do bolsonarismo, como o deputado Mário Frias (PL-SP), classificando a atitude de Nikolas como "incompatível" com sua posição política e com o apoio ao ex-presidente. A foto causou espanto, pois muitos não conseguiam entender o que teria levado o deputado a se associar a alguém que, no passado, havia se mostrado um crítico feroz de Bolsonaro. A incerteza sobre a postura de Nikolas alimentou uma onda de especulações sobre sua lealdade à base de apoio que ajudou a fortalecer sua carreira política.
Por algum tempo, Nikolas permaneceu em silêncio, o que apenas aumentou o mistério em torno de sua decisão e gerou ainda mais rumores. Seus apoiadores, conhecidos por seu fervor bolsonarista, estavam ansiosos por uma explicação, enquanto seus detratores já especulavam sobre um possível afastamento de um dos maiores nomes do bolsonarismo. A expectativa era de que ele se posicionasse rapidamente, mas a ausência de declarações só aumentou a tensão.
Quando finalmente se manifestou, Nikolas não foi tímido em suas palavras. Em uma publicação em suas redes sociais, ele reagiu às críticas de maneira enérgica, chamando as acusações de traição de "ataques covardes e desonestos". Ele não mencionou diretamente os nomes dos envolvidos, mas deixou claro que estava se referindo a pessoas que, segundo ele, "simulam virtude e boa intenção", enquanto, na prática, estariam movidas por interesses pessoais e sentimentos mesquinhos.
Ao atacar seus críticos, Nikolas deixou claro que não se deixaria intimidar. Em sua visão, não seguia um “manual de conduta” ditado por aqueles que ele considerava moralmente questionáveis. Para ele, a crítica feita por sua foto ao lado de Renato não passava de uma tentativa de silenciá-lo e de reduzir sua liberdade política. "Exigem maturidade em mim, mas não possuem essa mesma maturidade", disparou, reforçando sua postura de resistência.
Um dos pontos mais polêmicos da declaração de Nikolas foi sua crítica à militância bolsonarista mais radical. Segundo ele, atacar qualquer pessoa que tenha uma opinião divergente ou insatisfação com Bolsonaro não era uma forma inteligente de fortalecer o ex-presidente. Ele argumentou que a tática de xingar e agredir verbalmente aqueles que discordam não contribuía em nada para o debate político. "É difícil imaginar que alguém que esteja insatisfeito vá mudar de opinião só porque foi chamado de burro, traidor ou vagabundo", afirmou, comparando essa lógica ao comportamento de quem, na história, atacou Paulo por pregar para os romanos, apesar de saber que foram os mesmos que crucificaram Jesus.
Nikolas também aproveitou o momento para deixar claro que, se fosse necessário, estava disposto a pagar o preço de suas escolhas, mesmo que isso significasse perder apoio e poder político. "Se tiver que pagar o preço por manter meus princípios, eu pago. Quem abre mão de valores para chegar ao poder, na verdade, nunca os teve", declarou, deixando transparecer um desejo de seguir por um caminho independente, mesmo que isso implicasse em um distanciamento da base que o levou ao cargo.
Essa postura de não recuar diante das críticas e pressões levanta dúvidas sobre o futuro de Nikolas Ferreira no cenário político brasileiro. O momento é delicado para a direita, que se prepara para as eleições municipais de 2026, e a relação de Nikolas com o bolsonarismo é vista como um fator chave na configuração desse futuro. A dúvida que persiste é se ele continuará a ser uma figura central dentro do movimento ou se sua postura independente e as críticas feitas à militância mais radical resultarão em seu afastamento definitivo do grupo.
Além disso, Nikolas aproveitou para destacar questões mais urgentes para o país, como a situação econômica, as dificuldades enfrentadas pela população e as prisões de manifestantes bolsonaristas. Segundo ele, enquanto o país enfrentava problemas reais, seus detratores estavam gastando energia e tempo atacando-o por uma foto aparentemente inocente. "Enquanto tudo isso acontece, tem gente gastando tempo tentando me atacar, ao invés de combater o verdadeiro inimigo", alfinetou, reforçando sua visão de que os reais problemas do Brasil estavam sendo ignorados em meio às intrigas internas do movimento.
O que se desenha para Nikolas Ferreira nos próximos anos é incerto. Sua declaração de não estar disposto a abrir mão de seus princípios pode ser vista como uma afirmação de coragem, mas também pode ser interpretada como um sinal de que ele está se preparando para um isolamento político dentro de um cenário cada vez mais polarizado. O futuro dirá se essa postura resultará em uma ascensão política ou em um declínio, mas uma coisa é certa: Nikolas não tem intenção de se calar.