Moraes manda os pedidos de indultos da defesa de Daniel Silveira à PGR

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou à Procuradoria-Geral da União (PGR), na última quarta-feira, dia 5 de fevereiro, os pedidos de indulto protocolados pela defesa de Daniel Silveira, ex-deputado federal condenado por atos relacionados ao atentado contra as instituições democráticas. Moraes solicitou que a PGR se manifestasse sobre o pedido, concedendo-lhe um prazo de 15 dias para emitir sua opinião sobre os mais de dez pedidos feitos pela defesa.

A defesa de Daniel Silveira tem se mostrado otimista quanto à possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva honrar o indulto solicitado, lembrando que o ex-deputado foi perdoado de acordo com o decreto de indulto natalino assinado pelo presidente no final de 2024. O advogado de Silveira, Paulo Farias, afirmou ao Metrópoles que espera que o indulto seja respeitado e que Silveira esteja de fato perdoado.

O pedido inicial da defesa de Daniel Silveira foi protocolado no dia 3 de janeiro de 2025, quando a defesa solicitou que ele fosse beneficiado pelo indulto natalino coletivo concedido pelo presidente Lula. Esse decreto presidencial, assinado em 23 de dezembro, beneficiou algumas categorias de condenados, como mulheres com penas não superiores a 8 anos, pessoas com doenças crônicas, deficientes e presos em idade avançada ou com doenças terminais. No entanto, o decreto deixou de fora aqueles condenados por crimes de maior gravidade, como tortura, terrorismo e crimes contra o Estado Democrático de Direito. Silveira, que foi condenado por seus atos ligados aos ataques de 8 de janeiro, não se enquadra diretamente nas condições exigidas para o perdão.

A medida de indulto, prevista no Código Penal brasileiro, tem como objetivo extinguir ou reduzir a pena de pessoas condenadas, desde que atendam aos requisitos estabelecidos por um decreto presidencial. O indulto pode ser concedido de forma individual ou coletiva e tem caráter excepcional. No caso do indulto natalino de 2024, a medida foi uma ação do governo federal com a intenção de reduzir o impacto das prisões no sistema carcerário, ao mesmo tempo que oferece uma segunda chance para indivíduos considerados de menor periculosidade.

Silveira foi condenado por incitação à violência e por ataques a representantes das instituições do poder público. Sua defesa, no entanto, acredita que ele se encaixa nas condições do decreto e deve ser incluído na lista dos beneficiados pelo indulto. A decisão sobre o caso dependerá da análise da Procuradoria-Geral da União e da eventual manifestação de outros órgãos envolvidos no processo.

Em relação ao decreto de 2024, é importante observar que crimes considerados graves, como os praticados durante os eventos de 8 de janeiro, não foram incluídos nas condições do perdão presidencial. Portanto, Silveira, que esteve envolvido em incidentes que ameaçaram a estabilidade política e institucional do Brasil, não é automaticamente contemplado. Mesmo assim, a defesa continua acreditando na possibilidade de sua absolvição parcial, ao menos em relação ao indulto natalino.

Com a movimentação do STF e a análise pela PGR, a expectativa é de que o processo seja conduzido com celeridade. O prazo de 15 dias para a manifestação da Procuradoria é uma tentativa de acelerar a decisão e dar uma resposta definitiva sobre os pedidos de indulto. Se a PGR se manifestar favoravelmente ao pedido, a decisão final poderá ser tomada, possivelmente com a intervenção do próprio presidente Lula, que tem o poder de decidir sobre a concessão do perdão.

A situação de Daniel Silveira gerou grande repercussão na política brasileira, especialmente devido ao contexto envolvendo os atos de 8 de janeiro e as acusações de ataque ao Estado Democrático de Direito. O processo de indulto tem sido observado com atenção por diversos setores, principalmente por aqueles que acompanham o enfrentamento entre o governo federal e o ex-deputado.

Se o pedido de indulto for deferido, Silveira poderá ser libertado mais cedo do que o previsto inicialmente. Contudo, o cenário ainda é incerto, e o impacto político da decisão será significativo, tanto para o governo quanto para o próprio ex-deputado, que continua a figurar como uma figura polêmica no cenário político brasileiro. O desenrolar dos acontecimentos nos próximos dias será fundamental para a definição do futuro de Daniel Silveira, que ainda enfrenta questões jurídicas relacionadas aos seus atos de incitação à violência e subversão da ordem pública.

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June 29, 2025