O projeto de Bibo Nunes sugere uma modificação no tempo de inelegibilidade para políticos condenados, reduzindo os oito anos atuais previstos pela Lei da Ficha Limpa. Segundo Nunes, o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrou concordância com a ideia de diminuir o período de inelegibilidade, considerando que a medida de oito anos seria excessiva. O deputado afirmou que a proposta tem ganhado apoio dentro da Casa, com dezenas de colegas prontos para assinar a proposta.
O ex-presidente Bolsonaro, que foi punido pela acusação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tem se mostrado empolgado com a possibilidade da mudança na legislação. Ele foi considerado inelegível após suas ações durante a campanha de 2022, quando questionou, sem provas, a segurança das urnas eletrônicas em reunião com embaixadores. A alteração na Lei da Ficha Limpa, que tem como objetivo flexibilizar a aplicação da inelegibilidade, pode ser um caminho para Bolsonaro voltar a concorrer à presidência em 2026.
A proposta de Bibo Nunes foi apresentada no final de 2024 e já gerou discussões no meio político. O deputado destacou que o ex-presidente esteve envolvido na formulação da ideia, embora tenha sido Nunes o responsável pela elaboração formal do projeto. O parlamentar gaúcho planeja conversar com Hugo Motta na próxima semana para garantir o apoio de outros deputados, uma vez que vários deles têm pendências com a Justiça e podem se beneficiar de mudanças na legislação. Para Bibo Nunes, a redução do período de inelegibilidade é uma medida justa e viável para diversos políticos.
Além da reunião com Bolsonaro, o encontro contou com a participação de outros deputados do PL, como Carlos Jordy (PL-RJ), que também tem se mostrado interessado na proposta. O ambiente político está em ebulição, com a perspectiva de que a proposta pode ser discutida de forma mais intensa nas próximas semanas. A situação se torna ainda mais relevante com a perspectiva de outros projetos em tramitação que visam, de alguma forma, possibilitar a participação de Bolsonaro nas eleições de 2026, como a proposta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
O cenário político está em constante mudança e, enquanto os bolsonaristas depositam esperança na alteração da Lei da Ficha Limpa, a oposição segue atenta ao avanço do projeto. O apoio de outros partidos ao projeto pode ser decisivo, já que muitos políticos enfrentam problemas judiciais semelhantes e veem na mudança uma oportunidade para se reabilitarem politicamente. A proposta ainda passará por várias etapas legislativas antes de uma possível votação em plenário, o que torna o desfecho dessa trama político-jurídica incerto.
Com o apoio de deputados da base aliada e até mesmo de setores da oposição, a proposta pode se tornar uma importante pauta de discussão na Câmara dos Deputados. Resta saber, no entanto, se ela será aprovada sem modificações ou se outros ajustes serão feitos para garantir um apoio mais amplo. No entanto, os aliados de Bolsonaro estão confiantes de que, com o avanço do projeto, o ex-presidente poderá se reerguer politicamente e disputar novamente a presidência, após o período de inelegibilidade.
Enquanto isso, o ex-presidente continua a se movimentar nos bastidores da política, articulando com parlamentares e buscando apoio para viabilizar seu retorno ao cenário eleitoral. Com a possibilidade de modificar a Lei da Ficha Limpa, o jogo político ganha novos contornos, e o futuro de Bolsonaro nas eleições de 2026 começa a ganhar forma, dependendo do avanço dessa proposta na Câmara dos Deputados.