Covid: além de Nísia, 13 ministros de Lula têm vacinação incompleta

LIGA DAS NOTÍCIAS

A vacinação contra a Covid-19 tem sido uma prioridade para os governos em todo o mundo, e no Brasil, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não tem sido exceção. No entanto, uma situação recente revelou que vários membros do alto escalão do governo, incluindo ministros com mais de 60 anos, não tomaram ou não completaram as doses de reforço recomendadas pelo Ministério da Saúde para 2024. Este fato gerou uma situação de preocupação, uma vez que essas pessoas estão com suas cadernetas de vacinação incompletas, contrariando as orientações que o próprio governo emitiu.


De acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, as pessoas com mais de 60 anos devem tomar uma dose de reforço contra a Covid-19 a cada seis meses, uma recomendação que visa aumentar a proteção contra o vírus em um grupo considerado mais vulnerável devido ao processo de envelhecimento do sistema imunológico, conhecido como imunossenescência. Porém, treze ministros com idade superior a 60 anos, entre eles a recém-demitida Nísia Trindade, ex-ministra da Saúde, não seguiram essa recomendação até o momento, o que levou a uma situação de cadernetas de vacinas incompletas.


A situação foi revelada recentemente pela coluna de Igor Gadelha, e trouxe à tona que nem mesmo Nísia Trindade, de 67 anos, estava com a vacinação em dia. A ex-ministra havia tomado apenas uma dose de reforço em fevereiro de 2024. Após a publicação da reportagem, ela afirmou que tomaria as doses necessárias "nesta semana". No entanto, Trindade acabou sendo demitida do cargo de ministra da Saúde pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 25 de fevereiro de 2025, em uma conversa com o próprio presidente. Esse episódio gerou ainda mais questionamentos sobre a adesão das lideranças políticas às orientações de saúde pública.


Outro caso que chama atenção é o do vice-presidente Geraldo Alckmin, que tem 72 anos e é médico anestesista. Ele também não se vacinou conforme as orientações, não recebendo nenhum dos dois reforços contra a Covid-19 em 2024, embora sua função como vice-presidente e médico esperasse um exemplo de adesão à vacinação. A lista de ministros que não seguiram as diretrizes de vacinação também inclui José Múcio (Defesa), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), General Amaro (Gabinete de Segurança Institucional), Marina Silva (Meio Ambiente), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), entre outros.


É importante notar que, apesar das falhas de vacinação observadas em ministros do governo, alguns membros da equipe já se imunizaram de acordo com as recomendações. Carlos Lupi (Previdência Social), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação) foram os únicos ministros a completar as doses de reforço em 2024, conforme as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. A divergência de comportamento entre os ministros levanta questionamentos sobre a responsabilidade de líderes políticos em seguir as orientações de saúde pública, especialmente em um momento em que a Covid-19 ainda representa um risco significativo para a população.


Após a publicação das informações, a coluna solicitou os cartões de vacinação de todos os ministros com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). Alguns ministros responderam às solicitações, enquanto outros, como Ricardo Lewandowski, impuseram sigilo sobre seus documentos. Lewandowski, inclusive, seguiu os passos do ex-presidente Jair Bolsonaro, aplicando um sigilo de 100 anos à sua caderneta de vacinação, mas depois recuou e liberou o documento à coluna. A falta de transparência de alguns ministros sobre suas vacinas gerou ainda mais críticas, com a população se questionando sobre a verdadeira adesão das autoridades às políticas de saúde pública.


A vacinação contra a Covid-19 é especialmente crucial para idosos e outros grupos vulneráveis, como gestantes, que entraram no Calendário Nacional de Vacinação em dezembro de 2024. O processo de envelhecimento do sistema imunológico torna essas pessoas mais suscetíveis a complicações graves em caso de infecção por Covid-19. Por isso, a vacinação para este grupo passou a ser uma rotina, com reforços anuais. A falha de tantos ministros em se vacinarem adequadamente contrasta com a necessidade de dar exemplo à população, que pode se sentir desencorajada a seguir as recomendações caso os próprios líderes não o façam.


Enquanto o governo federal segue com a campanha de vacinação, essa situação pode gerar um cenário de desconfiança, especialmente entre os brasileiros mais vulneráveis, que esperam ver seus governantes cumprindo as orientações de saúde pública com rigor. A vacinação é uma ferramenta fundamental no combate à pandemia e na proteção dos mais vulneráveis, e a falta de adesão por parte de figuras proeminentes da administração pública pode minar os esforços para incentivar a população a seguir as recomendações necessárias.


Com a demissão de Nísia Trindade e a contínua falta de clareza de outros ministros sobre suas vacinas, resta aguardar a resposta do governo e dos próprios ministros sobre o que será feito para corrigir essa falha e garantir que as políticas de saúde pública sejam seguidas com seriedade e responsabilidade.

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Check Now
Accept !