O deputado iniciou seu discurso destacando o contexto político turbulento que o Brasil atravessa, particularmente no que diz respeito à liberdade e ao Estado Democrático de Direito. Para Ferreira, o Brasil vive um momento delicado, em que a democracia está sendo “falsificada” e o STF tem assumido um papel exagerado em questões que, para ele, deveriam ser resolvidas pelo Poder Legislativo ou pela sociedade como um todo.
Segundo o parlamentar, o Brasil experimenta uma falsa democracia, onde o STF detém poder demais, interferindo em diversas áreas da política e da vida cotidiana. Ele argumentou que, nos últimos anos, os ministros da Suprema Corte têm ultrapassado os limites de suas funções constitucionais, se envolvendo em questões que são de competência de outros Poderes, como segurança pública, saúde e até aspectos mais corriqueiros do cotidiano dos cidadãos. Ferreira fez questão de frisar que a atuação da Corte tem sido uma forma de centralização de poder, prejudicando o equilíbrio das instituições e limitando a liberdade dos brasileiros.
As críticas de Nikolas Ferreira foram particularmente direcionadas a alguns ministros do STF, que, na sua opinião, têm se afastado das funções originais da Corte. Ferreira mencionou os ministros Flávio Dino e Luís Roberto Barroso, acusando-os de se intrometerem em assuntos que não são da competência do Judiciário. Ele citou como exemplo as atuações de Dino em questões relacionadas a contratos de funerária em São Paulo, e de Barroso defendendo o voto misto distrital, temas que, para Ferreira, deveriam estar fora do alcance do STF. Para o deputado, essas atitudes representam um desvio da função constitucional do Supremo, que deveria se limitar a questões de controle de constitucionalidade e à aplicação da lei, sem interferir em matérias de caráter legislativo ou político.
Ferreira também destacou a necessidade de um freio nos excessos do STF e propôs que o Senado atue como um contrapeso aos abusos cometidos pelos ministros da Corte. Ele afirmou que, caso seja eleito para o Senado em 2026, votaria a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos das críticas de opositores ao Supremo. O deputado criticou o papel do Senado, afirmando que ele tem falhado em exercer sua função de controle sobre o Judiciário. Para Ferreira, o Senado deve ser mais ativo na proteção das liberdades e na preservação da soberania nacional.
Em relação ao papel do Senado, Nikolas Ferreira ressaltou a importância da Casa como um ator essencial no equilíbrio entre os Poderes. Ele argumentou que, sem uma atuação firme do Senado, o Brasil vive um desequilíbrio institucional, onde o Judiciário tem assumido um papel desproporcional. Ferreira acredita que, se eleito, o Senado poderá ser mais assertivo e, com maior capacidade de comunicação com a população, enfrentará os desafios impostos pela atuação do STF e ajudará a restabelecer o equilíbrio entre os Poderes.
O discurso de Ferreira também reflete um crescente descontentamento de alguns setores da sociedade com o STF, especialmente diante da crise política e social vivida pelo país. As críticas ao papel da Suprema Corte têm ganhado força, principalmente em relação a decisões que muitos consideram fora do escopo de sua competência. Essa insatisfação tem gerado um clamor por mudanças nas instituições políticas brasileiras, com muitos questionando a verdadeira natureza da democracia no país e apontando para um autoritarismo crescente no Judiciário.
A possível candidatura de Nikolas Ferreira ao Senado em 2026, embora ainda incerta, promete ser um tema de grande relevância nos próximos anos. Sua proposta de renovação para o Senado, com uma postura mais ativa e crítica ao Supremo, atrai tanto apoios como resistências. O deputado, conhecido por suas posições polêmicas, provavelmente enfrentará desafios em um cenário político altamente polarizado, mas sua base de apoio segue sólida.
Se Ferreira confirmar sua candidatura, a defesa de um Brasil com mais liberdade e menos intervenções judiciais será um dos temas centrais de sua campanha. A crítica contundente ao STF, a luta por mais autonomia do Legislativo e a busca por uma maior separação de Poderes serão algumas das bandeiras que o parlamentar deverá levar adiante. De qualquer forma, sua postura política continua a gerar debates acirrados e promete intensificar as discussões sobre o futuro político do Brasil, especialmente se ele conseguir alcançar uma cadeira no Senado e colocar em prática suas propostas para o país.