Recentemente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a Microsoft está entre as empresas que estão negociando a compra do TikTok, uma jogada que surge no meio de uma verdadeira corrida pelo controle da plataforma. A disputa não se limita a empresas de tecnologia, como a Microsoft, mas também envolve figuras como Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), o influenciador MrBeast, e Larry Ellison, CEO da Oracle. Trump, inclusive, sugeriu que ele gostaria de ver uma "guerra de lances" pelo aplicativo, o que aumentaria ainda mais a complexidade da negociação.
A situação do TikTok é delicada, pois o aplicativo foi temporariamente retirado de circulação nos Estados Unidos devido a questões políticas e de segurança. A administração de Trump, que passou a adotar medidas rigorosas em relação às plataformas digitais chinesas, determinou que a ByteDance vendesse o TikTok a uma empresa americana. No entanto, após a mudança de governo e a ascensão de Joe Biden à presidência, as questões sobre a venda do aplicativo continuaram sem uma resolução definitiva.
O interesse de Musk é notável, dado o seu poderio financeiro e seu controle sobre outras plataformas de mídia social, como o X. O bilionário também se mostrou disposto a investir na aquisição do TikTok, conforme rumores que surgiram no início do mês. Sua entrada na disputa levanta questões sobre como a plataforma poderia ser integrada à sua vasta rede de negócios e, mais especificamente, à sua visão de reconfigurar a mídia social.
A Oracle, gigante da computação em nuvem, também está de olho na plataforma. Como uma das principais fornecedoras de servidores do TikTok, a Oracle tem uma ligação direta com a infraestrutura do aplicativo, o que poderia facilitar sua integração à empresa, caso a compra seja concretizada. Larry Ellison, seu presidente, já manifestou interesse em adquirir o TikTok, vendo nisso uma oportunidade de fortalecer a presença da Oracle no setor de mídia social e expandir suas operações no campo da inteligência artificial.
Além dessas grandes corporações, o bilionário Frank McCourt, conhecido por suas críticas às gigantes da tecnologia, também expressou interesse em adquirir a plataforma. McCourt, que fundou o Project Liberty Institute, uma organização voltada para a regulação da tecnologia, defende que o TikTok deve ser operado sob uma estrutura que garanta maior controle sobre seu impacto social e econômico.
A figura de MrBeast, um dos maiores influenciadores digitais do mundo, também entrou na disputa. Jimmy Donaldson, o verdadeiro nome por trás de MrBeast, é conhecido por seus vídeos de grande sucesso no YouTube, com desafios e doações generosas. Seu interesse na compra do TikTok gerou surpresa, mas o influenciador confirmou que estava sério sobre a negociação e que estaria em conversas com possíveis parceiros para concretizar o negócio.
No entanto, quem comprar o TikTok terá que enfrentar uma série de obstáculos políticos. A negociação está longe de ser simples, pois dependerá da aprovação tanto do governo chinês quanto do governo dos Estados Unidos. A China, que controla de perto as transações envolvendo suas empresas de tecnologia, afirmou que qualquer venda do TikTok precisará ser aprovada pelo Ministério do Comércio. Por outro lado, o Congresso dos EUA continua a monitorar as negociações, com a Câmara dos Deputados aprovando uma lei que exige que o TikTok seja vendido devido às questões de segurança nacional. Embora o governo de Biden tenha adiado a aplicação de algumas dessas leis, a pressão política sobre a ByteDance permanece alta.
A situação se complica ainda mais devido ao potencial valor de mercado do TikTok. Estima-se que o aplicativo possa ser avaliado entre 40 bilhões a 200 bilhões de dólares, dependendo das negociações sobre a venda de seu algoritmo, um dos maiores atrativos para as empresas interessadas. O algoritmo do TikTok é altamente sofisticado e responsável por sua popularidade global, oferecendo uma experiência personalizada que atrai milhões de usuários.
O futuro do TikTok, portanto, continua incerto. Com tantos concorrentes querendo assumir o controle do aplicativo e a intermediação de dois dos maiores governos do mundo, a venda poderá se arrastar por meses, se não anos. A disputa pelo TikTok não se limita a uma transação comercial, mas reflete as tensões geopolíticas em torno da tecnologia e do controle dos dados dos usuários, elementos que estão no centro do debate sobre o futuro da internet.
