Zambelli solta o verbo após voto de Moraes

LIGA DAS NOTÍCIAS

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se manifestou com veemência após o voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que propôs sua condenação a 10 anos de prisão em regime fechado, além da perda de seu mandato parlamentar. A decisão foi proferida durante sessão virtual da Primeira Turma da Corte, iniciada nesta sexta-feira, dia 9 de maio, e que deverá se estender até o próximo dia 16, salvo se algum ministro pedir destaque ou vista do processo. Zambelli é acusada, ao lado do hacker Walter Delgatti, de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica.


Em nota divulgada nas redes sociais, a parlamentar demonstrou indignação e afirmou estar inconformada com a posição do relator. Segundo ela, o voto foi proferido “ignorando os fatos e a ausência de provas nos autos”, o que teria resultado em uma condenação injusta. Zambelli ressaltou que seu compromisso é com os quase um milhão de eleitores que confiaram em seu mandato e que continuará lutando para manter sua liberdade e sua voz ativa dentro da política nacional. A deputada também argumentou que sua condenação não está baseada em atos concretos, mas sim em sua postura ideológica.


Para Zambelli, o julgamento tem motivações políticas claras e representa uma tentativa de silenciar representantes da direita no país. Ela afirmou que está sendo perseguida por defender valores conservadores, sendo alvo por ser uma mulher que não se curva diante do que classificou como abusos de poder. A deputada declarou que sua atuação sempre foi pautada pela legalidade e pelo direito à liberdade de expressão, e que o processo judicial ao qual responde é parte de uma ofensiva do sistema contra opositores do atual governo e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Ainda em sua nota, Zambelli ampliou o tom das críticas e denunciou o que chamou de perseguição implacável contra Bolsonaro e sua base política. De acordo com ela, há uma tentativa sistemática de apagar os acontecimentos de 2022 e de reescrever a história recente do Brasil com narrativas manipuladas. A parlamentar afirmou que a liberdade de pensamento está sob ameaça e que seus direitos fundamentais estão sendo violados em nome de um projeto de poder que pretende eliminar qualquer forma de resistência ideológica.


Zambelli fez menção direta ao livro "O Fantasma do Alvorada – A Volta à Cena do Crime", que ela descreveu como um documento histórico capaz de revelar os bastidores da volta de Lula ao poder, as perseguições contra Bolsonaro, as manipulações midiáticas e jurídicas, além de uma série de estratégias utilizadas, segundo ela, para garantir a hegemonia da esquerda no Brasil. A obra, segundo suas palavras, já estaria na mira da censura, e ela alerta que sua disponibilidade ao público pode estar com os dias contados. A deputada encorajou seus seguidores a adquirirem o livro enquanto ainda está disponível, alegando que ele contém provas documentais das “tramoias do sistema”.


O voto de Alexandre de Moraes, que além da prisão prevê o pagamento de uma indenização de dois milhões de reais por danos morais e materiais, também sugere que Zambelli e Delgatti agiram com o propósito de desestabilizar o sistema judiciário e fomentar desinformação com fins políticos. Moraes afirmou que houve manipulação de dados e inserção de documentos falsos nos sistemas do CNJ com o intuito de criar narrativas falsas sobre o funcionamento do Judiciário brasileiro.


Apesar da gravidade das acusações, a execução da parte que diz respeito à perda do mandato de Zambelli dependerá da deliberação da Câmara dos Deputados, conforme previsto na Constituição Federal. O histórico da Casa indica que esse tipo de decisão costuma ser enfrentado com cautela, sobretudo quando envolve parlamentares com ampla base eleitoral e visibilidade pública. Zambelli, figura central do bolsonarismo, conta com forte presença nas redes sociais e apoio expressivo entre eleitores conservadores.


O julgamento ainda está em andamento, e os demais ministros da Primeira Turma deverão apresentar seus votos nos próximos dias. A expectativa em torno do desfecho do caso cresce à medida que o embate entre Judiciário e parte da classe política se intensifica, expondo uma crise institucional cada vez mais profunda. Enquanto isso, Zambelli segue mobilizando sua base, denunciando perseguição e prometendo lutar até o fim contra o que considera um processo injusto e orientado por interesses ideológicos.


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