De acordo com o senador, a decisão da UIP não apenas valida suas denúncias sobre medidas arbitrárias sofridas no país, como também desencadeará ações concretas. Uma comissão especial será enviada ao Brasil para apurar in loco se as violações apontadas por ele continuam ocorrendo. A investigação abrangerá o cerceamento de seus direitos parlamentares, como a suspensão de salários, bloqueio de suas redes sociais, retenção de seu passaporte diplomático e demais ações que, segundo Marcos do Val, têm origem direta nas decisões tomadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O senador afirma que essas medidas ferem frontalmente a Constituição Federal e comprometem sua capacidade de exercer plenamente seu mandato como representante eleito pelo povo. Ele alega que vem sendo silenciado de forma sistemática, impedido de se comunicar com seus eleitores e de atuar politicamente tanto no Brasil quanto no exterior. Segundo ele, isso ocorre em um contexto de crescente autoritarismo e judicialização da política, onde qualquer voz que se opõe ao sistema dominante passa a ser criminalizada ou silenciada.
Marcos do Val também destacou o alcance da decisão da UIP e sua repercussão internacional. Ele apontou que sua situação foi tema de reportagens em veículos de imprensa de peso mundial como The New York Times, The Washington Post, BBC Mundo, Reuters e El País. Além disso, afirmou que plataformas acadêmicas e entidades de defesa dos direitos humanos como a Human Rights Watch, Freedom House e Repórteres Sem Fronteiras já catalogaram seu caso como exemplo de violação de liberdades democráticas. Essa mobilização internacional reforça a gravidade do cenário brasileiro no que tange à liberdade de expressão e à independência dos Poderes.
Segundo o senador, diversos parlamentares ao redor do mundo têm se manifestado publicamente em solidariedade à sua situação. Ele citou deputados e senadores dos Estados Unidos, Espanha, Itália, El Salvador, Paraguai e Uruguai que enviaram mensagens de apoio e expressaram preocupação com o que classificam como um processo de perseguição ideológica. Essa rede de apoio internacional, segundo Marcos do Val, é resultado do reconhecimento de que sua trajetória ultrapassou os limites da política nacional e se tornou símbolo de uma causa maior: a luta contra a opressão institucional disfarçada de legalidade.
Apesar do apoio internacional, o senador lamentou o silêncio da imprensa brasileira sobre o caso. Ele afirmou que, mesmo com toda a documentação disponível publicamente e com a decisão oficial da UIP já publicada em seus canais oficiais, os grandes veículos de comunicação do Brasil continuam ignorando os fatos. Para ele, esse comportamento da mídia nacional é sintomático de um alinhamento com o status quo e da recusa em reconhecer que, no Brasil de hoje, parlamentares eleitos podem ser alvos de perseguição por se posicionarem contra determinadas figuras ou decisões do Judiciário.
Marcos do Val foi enfático ao afirmar que o reconhecimento da UIP não é motivo de orgulho, mas sim de profunda indignação. Ele disse que não se sente vitorioso, mas sim exposto, como alguém que teve de recorrer ao apoio internacional por não encontrar amparo em seu próprio país. Para ele, a decisão unânime da organização internacional deveria provocar uma reflexão urgente sobre o estado da democracia brasileira e sobre o papel das instituições que deveriam proteger os direitos e garantias dos cidadãos, inclusive dos parlamentares.
Com a chegada da comissão especial da UIP ao Brasil, espera-se que novos desdobramentos ocorram nos próximos meses. O senador acredita que a presença dessa missão poderá evidenciar o que chama de abusos cometidos contra ele e abrir um precedente importante para outros parlamentares que venham a ser vítimas de medidas semelhantes. Em suas palavras, ele não busca imunidade ou privilégio, mas apenas o direito de exercer o mandato para o qual foi eleito, com as garantias constitucionais que deveriam estar asseguradas a qualquer cidadão em uma democracia.