Vereadora petista pediu a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.

LIGA DAS NOTÍCIAS



A Procuradoria-Geral da República pode tomar uma decisão a qualquer momento sobre o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a remessa dos autos feita pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O pedido foi apresentado pela vereadora Liana Cirne, do Partido dos Trabalhadores, e por um servidor comissionado de seu gabinete na Câmara Municipal do Recife. A solicitação argumenta que Bolsonaro teria incorrido em crimes ao convocar manifestações em defesa de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.


A notícia-crime foi protocolada em 16 de março e encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, onde Alexandre de Moraes determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifestasse no prazo de cinco dias. Como a remessa foi feita no dia seguinte, o prazo expirou há mais de uma semana. O caso ganhou ainda mais relevância no momento em que Bolsonaro e outros aliados foram transformados em réus no STF sob acusações de tentativa de golpe de Estado e outros crimes.


O pedido da vereadora e do servidor alega que, nos dias 9, 10 e 14 de março, Bolsonaro utilizou suas redes sociais e declarações públicas para incitar uma mobilização em prol da anistia dos condenados pelos atos antidemocráticos. A manifestação convocada pelo ex-presidente ocorreu no dia 16, na orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo os autores da ação, Bolsonaro teria cometido os crimes de obstrução da justiça, incitação ao crime e coação no curso do processo, conforme os artigos 286 e 344 do Código Penal, além de infringir dispositivos da Lei nº 12.850/2013 sobre organizações criminosas.


No pedido enviado à PGR, os autores da notícia-crime solicitaram não apenas a prisão preventiva do ex-presidente, mas também a adoção de medidas cautelares para restringir sua atuação em novas convocações que possam incitar atos contra as instituições democráticas. Além disso, pediram a vinculação da petição ao processo que já tramita no Supremo Tribunal Federal envolvendo Bolsonaro e seus aliados.


A decisão sobre a prisão do ex-presidente está nas mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que pode decidir pelo arquivamento do pedido, pela aplicação de medidas restritivas ou mesmo pelo encaminhamento ao Supremo para nova análise. O envio de notícias-crimes para o Ministério Público é um procedimento comum, mas não significa, necessariamente, que o ministro Alexandre de Moraes considera haver elementos suficientes para justificar a prisão de Bolsonaro. Recentemente, Moraes também enviou à PGR um pedido para apreensão do passaporte do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que foi negado pelo procurador-geral e arquivado pelo próprio ministro.


O cenário político segue tenso, especialmente após a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de tornar Bolsonaro e sete de seus aliados réus em um processo que apura tentativas de desestabilização da democracia. O caso envolvendo o pedido de prisão preventiva do ex-presidente acirra ainda mais os ânimos entre seus apoiadores e opositores. Aliados de Bolsonaro classificam as ações judiciais contra ele como perseguição política, enquanto seus críticos argumentam que as investigações e eventuais punições são necessárias para garantir a responsabilização de atos contra a democracia.


Especialistas jurídicos analisam que a PGR deve avaliar não apenas o conteúdo das declarações de Bolsonaro, mas também o contexto em que foram feitas e seus possíveis impactos na ordem pública. Embora a prisão preventiva seja uma medida excepcional e de aplicação restrita, a alegação de que Bolsonaro estaria obstruindo investigações e incitando atos contra as instituições pode pesar na decisão da PGR.


A expectativa em torno da manifestação da Procuradoria-Geral da República cresce conforme o prazo para resposta já expirou e a decisão pode ser anunciada a qualquer momento. Caso a PGR entenda que há elementos suficientes para justificar a prisão preventiva, o pedido será submetido ao Supremo Tribunal Federal, que tomará a decisão final sobre o caso.


O episódio reforça a polarização política no Brasil e levanta questionamentos sobre os limites da atuação do Judiciário e do Ministério Público em casos que envolvem figuras públicas. A decisão da PGR poderá ter repercussões significativas para o futuro político de Bolsonaro e para o debate sobre a responsabilização de autoridades por atos cometidos durante e após seus mandatos.


Independentemente do desfecho, o caso promete seguir em destaque no cenário político e jurídico brasileiro, com possíveis impactos nas eleições e na condução do país nos próximos anos. Enquanto isso, aliados e adversários do ex-presidente aguardam ansiosos a decisão da Procuradoria-Geral da República, que poderá definir novos rumos para o embate jurídico em torno do ex-mandatário.

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