Durante a visita à cidade potiguar, Bolsonaro apresentou um quadro de distensão abdominal acompanhado de dores, o que levou sua equipe a buscar atendimento médico imediato. Inicialmente, ele foi levado a um hospital da própria cidade, mas, devido à gravidade do quadro e à necessidade de exames mais detalhados, foi transferido em um helicóptero da Polícia Militar até o Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, capital do estado. De lá, foi transportado por uma ambulância do SAMU até o Hospital Rio Grande, onde se encontra internado sob observação.
Segundo o boletim médico divulgado pela instituição de saúde, o ex-presidente está clinicamente estável, recebendo tratamento com hidratação venosa, além de medicação antibacteriana preventiva e exames laboratoriais e de imagem com contraste para um diagnóstico mais preciso. O boletim ainda destaca que Bolsonaro está orientado e sem dores no momento, após o uso de analgésicos. A equipe médica também informou que, conforme os resultados dos exames forem analisados, será avaliada a necessidade de transferi-lo para outro centro hospitalar, com a participação da família na decisão.
A internação do ex-presidente gerou uma rápida reação pública. Michelle Bolsonaro, por meio de seu perfil no Instagram, compartilhou o boletim médico e fez um apelo aos seus seguidores para que orassem pela saúde de seu esposo. “Peço a todos que estejam em oração!”, escreveu ela, reforçando o tom emocional da mensagem com uma imagem do boletim médico como pano de fundo.
O episódio acontece em um momento politicamente delicado para Bolsonaro, que tem mantido uma agenda pública intensa mesmo após deixar a presidência. Seu nome ainda é fortemente lembrado em pautas conservadoras e permanece como uma figura central no cenário político, sobretudo entre parlamentares da oposição ao governo Lula. A saúde do ex-presidente já foi motivo de preocupação em outras ocasiões desde que ele sofreu um atentado à faca durante a campanha de 2018. Desde então, Bolsonaro passou por diversas internações e cirurgias relacionadas a complicações intestinais, sendo a mais recente em 2023, quando também foi internado com sintomas semelhantes aos relatados agora.
A notícia de sua hospitalização reacendeu discussões sobre sua condição física e gerou especulações sobre sua agenda futura, especialmente com relação à possibilidade de voltar a disputar cargos públicos. Ainda que não haja confirmação oficial de novos procedimentos médicos mais invasivos neste momento, a equipe responsável pelo atendimento em Natal não descarta a hipótese de uma transferência para centros especializados em outros estados, como São Paulo, caso seja necessário.
Em Brasília, alguns aliados políticos manifestaram preocupação e solidariedade. Parlamentares do Partido Liberal, legenda de Bolsonaro, reforçaram a importância de respeitar o momento e aguardaram atualizações do estado clínico do ex-presidente antes de se pronunciarem oficialmente. A movimentação no Congresso também reflete a expectativa sobre os desdobramentos políticos em torno do ex-presidente, já que ele é uma das principais vozes contrárias às iniciativas do governo atual, especialmente no que diz respeito ao debate sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Enquanto isso, apoiadores utilizam as redes sociais para se mobilizar em corrente de oração, compartilhando mensagens de fé e recuperação. Perfis conservadores e grupos ligados à direita política têm reforçado o discurso de apoio, lembrando do histórico de enfrentamento político do ex-presidente e associando sua condição de saúde às pressões que tem enfrentado desde que deixou o Palácio do Planalto.
O Hospital Rio Grande segue monitorando o quadro clínico e deverá emitir novas atualizações nas próximas horas. Até lá, a expectativa permanece entre aliados, familiares e seguidores que acompanham atentamente cada novo boletim. A família Bolsonaro, por sua vez, mantém a discrição quanto às decisões médicas, mas tem reforçado o pedido por orações e apoio espiritual como forma de atravessar mais este episódio delicado.