Em resposta a uma publicação de Lauro Jardim, Malafaia não poupou críticas ao jornalista e ao papel do Grupo Globo, sugerindo que o veículo de comunicação atuaria como porta-voz do ministro. O colunista, em seu texto, havia acusado o pastor de tentar isolar Moraes dentro do STF com suas declarações e manifestações. Malafaia, no entanto, negou que tivesse essa intenção. De acordo com ele, seu objetivo era apenas expor o comportamento do ministro e trazer à tona uma suposta aliança entre Moraes e a emissora.
Durante sua fala, Malafaia destacou um episódio que considera revelador: o fato de que, em 2020, o ministro Alexandre de Moraes teria cancelado multas milionárias impostas pela Receita Federal à Globo, jornalistas e artistas, o que, segundo o pastor, evidenciaria uma relação de apoio entre o Supremo e o Grupo Globo. Para o líder evangélico, a publicação de Jardim só veio confirmar essa aliança, que ele classifica como "vexatória". O pastor afirmou que, ao escrever sobre o assunto, o colunista havia "dado a prova" do que ele já vinha afirmando em seus discursos públicos.
Além das críticas à imprensa, Malafaia também se aprofundou nas questões internas do STF. Ele sugeriu que já havia uma divisão crescente entre os ministros da Corte em relação ao comportamento de Alexandre de Moraes. Embora não tenha citado nomes, o pastor afirmou ter conhecimento de que alguns membros do Supremo discordavam das atitudes do ministro. Para Malafaia, a reação do colunista O Globo indicava um esforço para minimizar essas dissidências dentro do STF e continuar a apoiar Moraes.
Em sua defesa, Malafaia alegou que suas declarações não tinham como objetivo isolar Moraes, mas sim chamar a atenção para o que ele considera ser uma postura autocrática e contraditória do ministro. O pastor argumentou que, em um país democrático, falar a verdade sobre uma figura pública, como é o caso de um membro do STF, não deveria ser tratado como um ataque. Para ele, o que está em jogo é a exposição dos fatos, e não uma tentativa de minar a autoridade de Moraes dentro do Supremo.
Ao longo de sua fala, o pastor também mencionou que, em um contexto democrático, as pessoas têm o direito de expressar suas opiniões, mesmo que essas opiniões contrariem figuras de autoridade como o próprio Moraes. A crítica a Moraes, portanto, para Malafaia, seria uma forma de fazer valer a liberdade de expressão e de combater o que ele considera ser uma postura autoritária do ministro, especialmente no que tange às decisões tomadas no âmbito das investigações sobre os eventos de 8 de janeiro.
O episódio gerou intensos debates nas redes sociais, com apoiadores e opositores de Malafaia se manifestando sobre as acusações do pastor e a relação entre a mídia e o STF. A figura do ministro Alexandre de Moraes, que já é um alvo constante de críticas por parte de setores da oposição e de alguns grupos religiosos, voltou a ser um ponto central das discussões políticas no país. Malafaia, por sua vez, segue firme em suas declarações e reafirma que continuará a denunciar o que considera ser um governo de excessos e abusos por parte do STF.
Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal, por meio de suas instâncias, segue mantendo silêncio oficial sobre as críticas dirigidas a Moraes, mantendo sua posição institucional diante dos ataques que se multiplicam nas últimas semanas. O impacto dessas declarações no andamento dos processos do 8 de janeiro e na imagem pública dos envolvidos continua a ser um tema de especulação política no Brasil.