Gilmar Mendes é acusado de mentir em público por especialista em Direito

LIGA DAS NOTÍCIAS

 


Em um vídeo publicado nas redes sociais, o advogado Jeffrey Chiquini fez uma grave acusação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Segundo Chiquini, o ministro teria mentido em rede nacional ao comentar sobre os envolvidos no caso conhecido como “Kids Pretos”. A declaração de Gilmar foi feita em entrevista à Globo News, onde ele afirmou que os réus estariam autorizados a eliminar fisicamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o também ministro do STF Alexandre de Moraes. A fala causou perplexidade em diversos setores da sociedade e levantou questionamentos sobre o uso de informações que, segundo o advogado, sequer constam nos autos do processo.


Jeffrey Chiquini, que vem acompanhando o caso de perto, declarou que não há nenhuma menção no processo a qualquer autorização para matar autoridades da República. Para ele, a fala de Gilmar Mendes configura um grave desvio de conduta e uma tentativa deliberada de manipular a opinião pública através da imprensa. Em sua crítica, Chiquini citou uma máxima jurídica amplamente conhecida: “se não está no processo, não está no mundo”. O advogado questionou publicamente a origem da informação usada pelo ministro e pediu explicações sobre como e onde ela teria sido obtida, uma vez que os documentos oficiais não trazem qualquer acusação nesse sentido.


O episódio ganhou grande repercussão nas redes sociais, especialmente entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que veem na declaração de Gilmar Mendes uma estratégia de desinformação. Para muitos, a entrevista à Globo News tem o objetivo de reforçar uma narrativa de ameaça à democracia e criminalizar opositores do atual governo. Já outros analistas apontam que a fala do ministro pode colocar em xeque a credibilidade do STF, num momento de alta tensão entre o Judiciário e a sociedade civil.


A controvérsia ocorre em um cenário político já carregado por denúncias de abusos de autoridade, censura e perseguição a figuras ligadas à direita. A prisão de manifestantes do 8 de janeiro, os bloqueios de perfis em redes sociais e as multas milionárias impostas a influenciadores conservadores têm gerado críticas crescentes à atuação do Supremo Tribunal Federal. Muitos parlamentares e juristas passaram a questionar se o STF está ultrapassando os limites institucionais e assumindo funções que não lhe cabem constitucionalmente.


O vídeo publicado por Chiquini rapidamente viralizou, sendo compartilhado por deputados federais, senadores e jornalistas independentes. Nos comentários, milhares de brasileiros manifestaram indignação com a fala de Gilmar Mendes e cobraram uma postura mais transparente e responsável por parte dos ministros da Suprema Corte. Alguns exigem que o ministro se retrate ou que haja alguma forma de responsabilização institucional por declarações que possam comprometer o julgamento de processos em andamento.


Em nota, setores ligados à oposição afirmaram que esse tipo de declaração, sem base processual, serve apenas para aumentar o clima de instabilidade no país e alimentar narrativas autoritárias. A ausência de provas concretas para sustentar uma acusação tão grave seria, segundo esses críticos, motivo suficiente para abrir uma investigação sobre a conduta do magistrado. Apesar disso, até o momento, Gilmar Mendes não se pronunciou novamente sobre o tema, e a Globo News também não respondeu às solicitações de esclarecimento feitas por diversos veículos de imprensa.


O caso se soma a outros episódios recentes que colocaram o STF no centro de controvérsias políticas. A entrevista concedida por Alexandre de Moraes à revista The New Yorker, na qual ele admite que Jair Bolsonaro pode ser absolvido, foi outro ponto de ebulição. A revelação causou surpresa, pois contradiz a narrativa de que o ex-presidente estaria politicamente condenado. Com isso, cresce a percepção de que existe um movimento de recuo por parte do Supremo, possivelmente motivado pela crescente pressão popular e pelas críticas internacionais à atuação do Judiciário brasileiro.


Enquanto isso, a polarização política segue intensa no Brasil. O debate sobre liberdade de expressão, independência dos poderes e abuso de autoridade está mais acalorado do que nunca. A fala de Gilmar Mendes, desmentida por um advogado experiente como Jeffrey Chiquini, é vista por muitos como um sintoma da crise institucional que o país enfrenta. A confiança no sistema de Justiça parece cada vez mais abalada, especialmente quando ministros da Suprema Corte utilizam declarações públicas para defender posições que não se sustentam nos autos.

O descontentamento popular com o STF reflete um sentimento crescente de insegurança jurídica e descrença nas instituições. À medida que novos episódios surgem e mais cidadãos se informam por canais alternativos, aumenta a cobrança por mais responsabilidade e isenção por parte daqueles que ocupam os cargos mais altos da República. O futuro do Brasil passa, inevitavelmente, por um necessário reencontro entre a Justiça e a verdade.

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