Hilton revelou que, ao solicitar o visto, forneceu todas as informações pessoais corretamente, incluindo seu nome social e gênero. No entanto, ao receber o documento, constatou que constava como "sexo masculino", contrariando sua identidade de gênero. A deputada classificou o erro como uma forma de transfobia institucional e afirmou que, diante da recusa das autoridades americanas em corrigir o erro, não restou outra alternativa senão recorrer à ONU.
Em sua denúncia, Hilton argumenta que o incidente reflete uma prática discriminatória que desrespeita a dignidade e os direitos das pessoas trans. Ela destaca que, apesar de ser uma figura pública e ocupar um cargo eletivo, foi tratada de forma desrespeitosa, o que evidencia a necessidade de políticas mais inclusivas e sensíveis às questões de gênero.
A deputada também criticou a postura do governo Trump, alegando que o erro no visto não foi um incidente isolado, mas parte de uma política mais ampla de desconsideração e desrespeito às identidades de gênero não binárias e trans. Ela enfatizou que, como representante do povo brasileiro e defensora dos direitos humanos, não pode aceitar ser tratada de forma desumana e que buscará todos os meios legais e diplomáticos para garantir que situações como essa não se repitam.
Em resposta, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil informou que está ciente da situação e que está revisando o caso. No entanto, até o momento, não houve uma posição oficial sobre a correção do visto ou sobre medidas para evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro.
O caso gerou repercussão nas redes sociais, com diversos apoiadores de Hilton expressando solidariedade e condenando o tratamento recebido pela deputada. Organizações de defesa dos direitos LGBTQIA+ também se manifestaram, ressaltando a importância de políticas públicas que garantam o respeito às identidades de gênero e que responsabilizem instituições que perpetuam práticas discriminatórias.
A ação de Hilton junto à ONU visa não apenas corrigir o erro específico em seu caso, mas também provocar uma reflexão mais ampla sobre as práticas de emissão de vistos e documentos oficiais que desconsideram as identidades de gênero das pessoas trans. A deputada espera que sua iniciativa contribua para a construção de um ambiente internacional mais inclusivo e respeitoso, onde a dignidade humana seja preservada em todas as circunstâncias.
O episódio também levanta questões sobre a necessidade de capacitação e sensibilização dos servidores públicos e diplomáticos para lidar com a diversidade de identidades de gênero. Especialistas apontam que falhas como a ocorrida com Hilton evidenciam a falta de preparo em lidar com questões de gênero e ressaltam a importância de políticas educacionais que promovam o respeito e a inclusão.
A deputada concluiu sua fala afirmando que continuará lutando por um mundo onde todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero, sejam tratadas com respeito e dignidade. Ela reforçou que sua ação junto à ONU é um passo importante nessa luta e que não permitirá que sua identidade seja desrespeitada por nenhuma instituição, seja nacional ou internacional.
O desfecho deste caso poderá servir como um precedente importante para futuras situações envolvendo discriminação de gênero em processos administrativos e diplomáticos. A sociedade aguarda as próximas ações da ONU e do governo dos Estados Unidos para verificar se medidas concretas serão adotadas para corrigir o erro e evitar que situações semelhantes ocorram com outras pessoas trans no futuro.