Eduardo Bolsonaro pede sanção dos EUA contra Alexandre de Moraes

LIGA DAS NOTÍCIAS

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro tem intensificado sua agenda internacional nos últimos dias com um foco claro em criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e, em particular, o ministro Alexandre de Moraes. Em sua recente viagem a Washington, nos Estados Unidos, o parlamentar se reuniu com aliados do ex-presidente Donald Trump e membros do governo americano para pressionar o país a adotar sanções contra Moraes e outros membros do Judiciário brasileiro.


A principal demanda de Eduardo Bolsonaro é que os EUA bloqueiem os vistos de Moraes e de outras autoridades brasileiras, incluindo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, além de delegados envolvidos nas investigações relacionadas aos eventos de 8 de janeiro. De acordo com a argumentação apresentada pelo deputado, essas figuras do governo brasileiro estariam promovendo atos de censura e perseguição política, violando, assim, os direitos fundamentais de liberdade de expressão no Brasil.


A estratégia de Eduardo Bolsonaro envolve duas abordagens principais. A primeira sugere que o presidente dos EUA, Donald Trump, assine um decreto de sanção similar ao que foi aplicado ao procurador do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, em fevereiro deste ano. Na ocasião, Khan teve seus bens congelados, foi proibido de entrar nos EUA e também perdeu o direito de acessar instituições financeiras norte-americanas. A segunda via, mais complexa, envolve o processo de aprovação do governo americano, o que levou Eduardo e seus aliados a se reunirem com autoridades da Casa Branca, do Departamento de Estado e do Departamento de Justiça. Essas reuniões ocorreram no dia 2 de abril, coincidentemente, no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos anunciou novas tarifas sobre produtos estrangeiros, que afetaram diretamente o Brasil.


Durante a véspera dessas reuniões, Eduardo Bolsonaro se encontrou com Jason Miller, ex-assessor de comunicação de Donald Trump e atual executivo da plataforma Gettr. Miller, que também foi alvo de Alexandre de Moraes no Inquérito das Fake News, postou uma foto ao lado de Eduardo em suas redes sociais, sugerindo um apoio político à sua causa. A foto gerou especulações sobre uma possível mediação direta entre Eduardo Bolsonaro e Trump, ampliando o apoio à sua articulação contra o STF.


Atualmente, o deputado vive no Texas com sua família, temendo represálias do STF, como a apreensão de seu passaporte, conforme alegado por membros do Partido dos Trabalhadores (PT), que em março pediram a medida, mas o processo foi arquivado no mesmo dia em que Eduardo anunciou sua permanência nos Estados Unidos. Em uma entrevista à Folha de S.Paulo, ele afirmou que está considerando formalmente pedir asilo político nos Estados Unidos, justificando que se mantém financeiramente com economias pessoais e apoio de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, além de alguns amigos.


Outro movimento importante dos aliados de Eduardo Bolsonaro ocorre no Congresso dos Estados Unidos, onde circula um projeto de lei que propõe restrições à entrada de autoridades estrangeiras acusadas de violar a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que garante o direito à liberdade de expressão. O projeto tem o apoio de parlamentares republicanos, como Rich McCormick e María Elvira Salazar, e se conecta a uma tendência mais ampla nos Estados Unidos que visa responsabilizar e punir abusos de poder de autoridades estrangeiras, especialmente no que diz respeito à repressão da liberdade de expressão.


Esses esforços fazem parte de uma estratégia coordenada por Eduardo Bolsonaro e seus aliados, que visam, de forma direta ou indireta, enfraquecer o poder do STF e proteger figuras políticas do governo brasileiro que estão sendo investigadas ou perseguidas pela atual gestão judicial. A proposta de sanções contra figuras do Judiciário brasileiro, como Alexandre de Moraes, se insere nesse movimento mais amplo de resistência política, com o apoio de setores da direita brasileira e também com forte repercussão entre os apoiadores do ex-presidente Trump.


Enquanto isso, o governo brasileiro se mantém em silêncio sobre as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, embora a pressão sobre o STF e os movimentos contrários ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva continuem a polarizar ainda mais o cenário político brasileiro. A articulação de Eduardo e seus aliados demonstra a crescente tensão entre as instituições do Brasil e a busca por apoio externo para fortalecer suas demandas internas.

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