O cenário político de São Paulo começou a se movimentar com força em direção às eleições de 2026. No próximo sábado, dia 26 de abril, o ministro do Empreendedorismo do governo Lula, Márcio França, lançará oficialmente sua pré-candidatura ao governo do estado durante o Congresso Estadual do PSB, que será realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo. A movimentação marca o início de uma disputa direta contra o atual governador, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, que já é considerado o principal adversário de França na corrida eleitoral.
O evento contará com a presença de importantes lideranças do Partido Socialista Brasileiro, sinalizando a força da articulação interna em torno do nome do ministro. Entre os nomes confirmados estão o presidente em exercício da República, Geraldo Alckmin, que assumiu o comando do país temporariamente na ausência de Lula. Alckmin, que tem raízes profundas na política paulista, será uma das figuras centrais na costura de alianças e no fortalecimento do partido no estado.
Também participarão do congresso Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB, a deputada federal Tabata Amaral, que representa São Paulo na Câmara, e o prefeito de Recife, João Campos, que deve assumir a presidência nacional do partido no final de maio. A presença dessas figuras reforça o peso político do evento e a importância que a legenda tem atribuído à eleição estadual em São Paulo.
Aliados de Márcio França afirmam que o congresso não será apenas um encontro partidário, mas um verdadeiro pontapé inicial da campanha do ministro. A estratégia é começar a pavimentar o caminho de França com antecedência, aproveitando sua visibilidade como ministro e o apoio de figuras de projeção nacional para ampliar seu alcance no estado. França já disputou o governo paulista anteriormente e conta com uma base consolidada, especialmente no litoral e no interior do estado.
A candidatura de França é vista como uma tentativa do governo Lula de ampliar sua influência nos maiores colégios eleitorais do país. São Paulo, sendo o estado mais populoso e economicamente relevante, ocupa posição estratégica na política nacional. Derrotar Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro, significaria uma vitória simbólica e prática importante para o campo progressista.
Durante o congresso, além do lançamento da pré-candidatura, também será realizada a eleição do novo Diretório Estadual do PSB. A chapa única para a presidência estadual será liderada por Caio França, deputado estadual e filho de Márcio França. A escolha deve fortalecer ainda mais a posição da família dentro do partido e sinaliza uma continuidade na condução política da legenda em São Paulo.
Outros temas também estarão na pauta do evento, como a definição dos novos membros do Conselho de Ética, do Conselho Fiscal, dos delegados e da Comissão Executiva estadual. Essas decisões são parte fundamental da estrutura interna do PSB e terão papel importante na organização da legenda para o pleito de 2026.
Do lado de Tarcísio, a expectativa é de que o atual governador reaja politicamente ao movimento de França. Tarcísio tem apostado em uma gestão técnica e no fortalecimento de sua imagem como gestor eficiente, mas já começa a se preparar para enfrentar a oposição nas urnas. Sua eventual tentativa de reeleição será um dos principais focos da direita nacional, especialmente em um cenário polarizado, como tem sido a tendência nos últimos ciclos eleitorais.
O lançamento da pré-candidatura de Márcio França, portanto, marca o início de um embate político de grandes proporções em São Paulo. A antecipação da disputa mostra que os partidos já estão se organizando com vistas ao fortalecimento de suas bases e ao reposicionamento de suas lideranças. Com a presença de nomes importantes da política nacional e regional, o evento deste sábado deve dar o tom das movimentações que virão nos próximos meses. A corrida pelo governo de São Paulo, um dos cargos mais cobiçados do país, promete ser acirrada, estratégica e decisiva para os rumos da política brasileira até 2026.