De acordo com informações da equipe médica, o procedimento visa avaliar a extensão dos danos na parede abdominal, cuja origem ainda não foi confirmada. A decisão pela transferência e pela cirurgia foi tomada após a chegada de um dos médicos que acompanha Bolsonaro há anos, e que, ao analisar o quadro clínico do ex-presidente, considerou a necessidade de uma investigação cirúrgica mais detalhada.
A assessoria de imprensa de Bolsonaro confirmou que ele se encontra estável, lúcido e tranquilo, apesar das dores que motivaram sua internação. O senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, que visitou o ex-presidente no hospital, também tranquilizou apoiadores ao afirmar que Bolsonaro estava consciente, dialogando com a equipe médica e com os aliados que o acompanham de perto. Marinho reforçou que a equipe está segura quanto à estabilidade do quadro, embora os médicos tenham julgado prudente fazer a transferência para Brasília, onde o ex-presidente conta com estrutura médica mais completa e com os profissionais que já conhecem seu histórico clínico.
Não é a primeira vez que Jair Bolsonaro enfrenta problemas relacionados ao trato abdominal. Desde a facada sofrida em 2018 durante a campanha eleitoral, ele passou por diversas cirurgias e enfrentou episódios recorrentes de obstruções e desconfortos intestinais. Essas condições exigem acompanhamento constante e cuidados especiais, o que torna qualquer novo episódio motivo de preocupação.
A escolha pelo Hospital DF Star também não é por acaso. A unidade já atendeu Bolsonaro em outras ocasiões e é referência em cirurgias de alta complexidade. O centro médico possui infraestrutura de ponta e conta com especialistas que acompanham o ex-presidente desde os primeiros procedimentos cirúrgicos decorrentes do atentado de 2018.
Mesmo com a internação e a cirurgia marcada, Bolsonaro continua recebendo visitas de aliados políticos. Além do senador Rogério Marinho, outros nomes da base do ex-presidente manifestaram apoio nas redes sociais e em mensagens enviadas à família. A movimentação nos bastidores políticos indica que, apesar da internação, Bolsonaro segue articulando e recebendo informações sobre o cenário nacional, com atenção especial às movimentações no Congresso.
A transferência de Bolsonaro em UTI aérea está prevista para ocorrer ainda neste sábado à tarde, com todos os cuidados necessários para preservar sua estabilidade clínica. A aeronave equipada para transporte médico deve decolar de Natal com destino a Brasília, acompanhada por uma equipe multidisciplinar.
O momento de fragilidade de Bolsonaro reacende discussões sobre os impactos da saúde na sua atuação política. Embora ele não ocupe mais um cargo público, segue como figura central da oposição ao atual governo e líder de um campo político com forte presença no Congresso e nas redes sociais. A internação, embora tratada com discrição por sua assessoria, teve ampla repercussão entre seus apoiadores, muitos dos quais se mobilizaram em correntes de oração e manifestações de solidariedade.
Ainda não há previsão de quanto tempo o ex-presidente ficará internado após a cirurgia, uma vez que tudo dependerá dos achados durante o procedimento e da resposta de seu organismo nos dias seguintes. A assessoria prometeu divulgar boletins médicos sempre que houver atualizações relevantes sobre o estado de saúde de Bolsonaro.
Enquanto isso, o ambiente político continua atento ao desenrolar do caso, em um momento em que o ex-presidente tem sido citado em diversas frentes de investigação e também é cotado como figura estratégica para as eleições municipais deste ano. A recuperação plena será determinante para sua participação nos próximos passos da vida pública e partidária.