Silas Malafaia, pastor e líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, utilizou suas redes sociais nesta terça-feira, 25 de março, para criticar de forma contundente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A acusação envolve Bolsonaro em uma suposta tentativa de golpe de Estado, algo que, segundo o pastor, não passa de uma farsa e uma perseguição política.
Em sua fala, Malafaia apresentou uma série de argumentos e evidências que, para ele, refutam as alegações de que Bolsonaro teria participado de um golpe. A primeira "prova" apresentada foi a fragilidade da acusação, que, segundo o pastor, fez questão de manter o caso sob a análise da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ao invés de levar a questão ao plenário, como seria esperado em um caso de tamanha gravidade. Para Malafaia, a decisão de manter o julgamento na Primeira Turma é uma demonstração clara de que o processo está sendo manipulado e que as posições dos ministros dessa turma já são conhecidas, o que, segundo ele, evidencia um julgamento tendencioso.
Malafaia também ressaltou o comportamento de Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022. O pastor argumentou que, se o ex-presidente tivesse qualquer intenção de promover um golpe, não teria permitido que a equipe de transição de Lula, liderada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, tivesse acesso ao Palácio do Planalto. O líder religioso questionou: "Alguém vai abrir as portas para outro, já que quer dar golpe?", enfatizando que a postura de Bolsonaro durante o processo de transição contradizia qualquer tentativa de golpe.
Outro ponto levantado por Malafaia foi a nomeação do general Júlio Cesar de Arruda, indicado por Lula, para comandar o Exército. Para o pastor, se Bolsonaro estivesse realmente tramando um golpe, não faria essa nomeação, que era uma indicação direta do novo governo. A escolha do comandante do Exército, portanto, para Malafaia, seria uma evidência de que Bolsonaro não tinha qualquer intenção de subverter a ordem democrática.
A delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi outro ponto mencionado por Malafaia. Cid foi uma das poucas testemunhas a depor contra o ex-presidente no processo, mas o pastor questionou a veracidade de sua delação. De acordo com Malafaia, a delação foi modificada mais de dez vezes e estaria repleta de falácias, algo que ele atribui a pressões feitas pelo ministro Alexandre de Moraes. Para ele, a delação não possui provas substanciais e seria resultado de ameaças a Cid e sua família.
Malafaia também comentou sobre a fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos após deixar o cargo, sugerindo que, se ele estivesse realmente planejando um golpe, não teria deixado o Brasil. O pastor afirmou que pessoas idosas, que eram apoiadoras de Bolsonaro, não estariam dispostas a se envolver em um golpe, principalmente sem qualquer tipo de comando por parte do ex-presidente, que estava fora do país.
Outro ponto citado por Malafaia foi a celeridade com que a denúncia foi tramitada pela PGR e pelo STF, algo que, para o pastor, prejudicou uma análise mais aprofundada e responsável do caso. Ele questionou o tempo em que a documentação foi apresentada e analisada, sugerindo que o processo estava sendo conduzido de maneira apressada e sem a devida atenção aos detalhes e evidências.
Com essas e outras observações, Malafaia concluiu que a denúncia contra Bolsonaro não passa de uma perseguição política, que visa desestabilizar o ex-presidente e seus apoiadores. Para o pastor, as provas apresentadas pela PGR são fracas e não sustentam a acusação de tentativa de golpe. Ele afirmou que o ex-presidente tem sido alvo de um processo injusto e que, para ele, tudo não passa de uma estratégia para criminalizar o bolsonarismo e seus aliados.