PL espera mais dinamismo e menos ruídos com diálogo Bolsonaro-Valdemar

LIGA DAS NOTÍCIAS

O Partido Liberal (PL) está passando por um momento importante com a retomada da comunicação entre seu presidente, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Após mais de um ano de distanciamento, a reunião presencial dos dois está marcada para esta quarta-feira, 12 de março, na sede do PL, em Brasília. A reaproximação ocorre logo depois de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que retirou a proibição de contato entre eles. Essa decisão foi acompanhada por uma breve conversa telefônica entre o ex-presidente e o dirigente do partido.


O afastamento entre Bolsonaro e Costa Neto aconteceu após a Operação Tempus Veritatis, em fevereiro de 2024, que visava apurar a tentativa de golpe de Estado e levou ambos a se tornarem alvo de investigações. Nesse período, Moraes impôs medidas cautelares que impediram o contato direto entre eles, e todas as negociações de decisões internas do PL tiveram de ser intermediadas por outros membros, como o senador Rogério Marinho, que assumiu a função de secretário-geral do partido.


A aproximação agora é vista como crucial para o PL, pois a falta de comunicação direta entre Bolsonaro e Costa Neto gerou alguns ruídos, especialmente durante as eleições municipais de 2024. Bolsonaro, que tem uma relação próxima com o eleitorado e a base do partido, manifestou insatisfação com algumas das decisões tomadas pelo partido na ausência do diálogo direto. No entanto, Costa Neto minimizou esses problemas, ressaltando que a principal fonte de desentendimentos foi a proibição imposta pelo Supremo, e não desentendimentos pessoais. Para ele, o PL é o maior partido do Brasil, com grande capacidade de gerar votos, e a volta da comunicação direta entre ele e Bolsonaro trará mais dinamismo à legenda e ajudará a tomar decisões com mais eficiência, sem a necessidade de intermediários.


A reunião de hoje também é vista como um momento estratégico para a definição das direções políticas do partido. Em 2026, o PL precisará se alinhar para disputar as próximas eleições, e tanto Bolsonaro quanto Costa Neto têm ambições claras. Bolsonaro, mesmo inelegível, já declarou publicamente sua intenção de concorrer novamente à presidência, caso consiga reverter sua situação judicial. Costa Neto, por sua vez, tem se dedicado a expandir a presença do partido, buscando eleger o maior número possível de deputados e se mantendo como uma das forças mais relevantes do cenário político nacional.


Durante o período de afastamento, Bolsonaro também deu declarações que reforçam sua vontade de retornar ao cenário político de forma ativa. Embora esteja inelegível até 2030, por conta de condenações no Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente deixou claro que, se não conseguir se tornar novamente apto a disputar eleições, já tem um nome em mente para sua sucessão, algo que ele revelou em tom de brincadeira, dizendo que "está no meu testamento quem vai ser meu sucessor".


A reaproximação entre Bolsonaro e Costa Neto ocorre em um cenário delicado para o ex-presidente, que enfrenta o avanço das investigações sobre sua suposta participação em um golpe de Estado. Mesmo assim, ele continua se posicionando como uma figura central dentro da direita brasileira, sem se render ao apoio a outro nome para as próximas eleições presidenciais. Para ele, é essencial que sua candidatura seja vista como legítima, e ele insiste que a democracia deve permitir que qualquer político tenha a chance de disputar uma eleição, desde que haja um respaldo popular suficiente.


O encontro que ocorrerá nesta quarta-feira tem um caráter simbólico e estratégico para o PL. Não só por representar o fim de um período de comunicação indireta, mas também porque é uma oportunidade para alinhar os rumos do partido com vistas ao futuro político. A eleição de 2026 está se desenhando como um campo de disputas intensas, e o PL sabe que terá que jogar com todas as suas forças para manter sua posição de destaque no cenário político nacional.


O ex-presidente e o presidente do PL terão que, juntos, definir não apenas os rumos eleitorais, mas também a melhor forma de articulação política para manter a base do partido coesa e fortalecida, especialmente em um momento em que as investigações podem colocar em risco a imagem de Bolsonaro. Para o PL, essa reunião é mais do que uma simples reconciliação; é um passo essencial para o fortalecimento da legenda e para a definição do futuro político da direita no Brasil.

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