Moraes pratica 'abuso de poder para fins políticos', diz Bolsonaro

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro, em um post no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 18 de março de 2025, fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaro acusou Moraes de praticar "abuso de poder para fins políticos", referindo-se a uma série de ações que, segundo o ex-presidente, têm como objetivo prejudicar seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).


Na postagem, Bolsonaro afirmou que Moraes tem uma "obsessão" com seu filho, mencionando ainda as denúncias feitas pelo jornalista Glenn Greenwald sobre a suposta "censura" aplicada pelo ministro. Para o ex-presidente, a ação do juiz não reflete um desejo de justiça, mas sim uma perseguição política, comprometendo a imparcialidade do Judiciário. Bolsonaro questionou como seria possível considerar normal uma situação em que um juiz demonstrasse um desejo explícito de perseguir um membro da oposição, ressaltando que isso destrói qualquer ilusão de imparcialidade.


A declaração de Bolsonaro ocorreu em um momento tenso, depois que o deputado Eduardo Bolsonaro anunciou que se afastaria de suas funções como parlamentar, sem remuneração, e permaneceria nos Estados Unidos. O congressista está no exterior desde o dia 27 de fevereiro e se afastou por temer que seu passaporte fosse retido pela Justiça, após a apresentação de uma queixa-crime contra ele no STF. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, justificou sua decisão dizendo que permaneceria nos EUA para buscar as "justas punições" para o ministro Moraes e para a Polícia Federal, além de questionar a legitimidade de uma possível apreensão de seu passaporte.


No vídeo publicado no YouTube, o deputado federal também criticou o pedido feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para a apreensão de seu passaporte. Segundo ele, a ação visava constranger o STF, e ele afirmou que não retornaria ao Brasil enquanto não fosse restabelecida a "ordem" no país. Além disso, Eduardo anunciou que Coronel Zucco (PL-RS) assumiria sua posição na Comissão de Relações Exteriores da Câmara, posto para o qual ele havia sido cotado antes de sua decisão de se afastar do cargo.


Bolsonaro, por sua vez, também se posicionou em favor de seu filho, dizendo que ofereceu auxílio financeiro para que Eduardo pudesse se manter nos Estados Unidos enquanto estivesse afastado do cargo. Em sua postagem, Bolsonaro ressaltou que a decisão de seu filho de ficar no exterior era uma forma de combater o que ele chamou de "nazifacismo". Esse termo, utilizado por Bolsonaro, remete a um confronto ideológico e político com o que ele considera ser uma ameaça autoritária representada por figuras como o ministro Moraes.


A situação envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro e o STF gerou repercussões políticas e jurídicas no Brasil. A relação entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal sempre foi marcada por polêmicas, e, nos últimos meses, a figura de Moraes, especialmente, se tornou alvo de críticas intensas por parte de Bolsonaro e de seus aliados políticos. No entanto, a postura do ex-presidente e de seu filho em relação ao STF também gerou críticas de setores da sociedade e da oposição, que acusam ambos de tentar enfraquecer as instituições democráticas.


Enquanto isso, o Supremo Tribunal Federal continua a acompanhar o andamento das investigações relacionadas a Eduardo Bolsonaro e outras questões envolvendo o ex-presidente. A situação ainda promete novos desdobramentos, com a possibilidade de novas ações judiciais e o aprofundamento do embate entre os membros do STF e os principais nomes da oposição. A decisão de Eduardo de permanecer nos Estados Unidos sem previsão de retorno reforça a tensa situação política no Brasil, em um cenário marcado pela polarização e disputas de poder entre os diferentes setores do governo e da Justiça.


Este caso também se insere em um contexto mais amplo de críticas à atuação do STF, que tem sido alvo de uma série de ataques, principalmente por parte de figuras ligadas ao governo Bolsonaro, que acusam a Corte de se envolver em questões políticas e de perseguir opositores. A análise do comportamento do ministro Alexandre de Moraes, que é visto como uma figura central nesse cenário de disputas, continua sendo um ponto de divergência entre as diferentes partes envolvidas no debate político e judicial no país.

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