O STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, cobrou uma resposta urgente da defesa de Léo Índio. Foi dado um prazo de 48 horas para que os advogados esclarecessem a situação, incluindo se o acusado realmente se encontra fora do Brasil. Léo Índio comentou em sua entrevista que chegou à Argentina e foi encaminhado para a Comissão Nacional para os Refugiados (Conare), que é responsável pela análise e regularização de pedidos de asilo. Ele explicou que, ao chegar ao país, apresentou seus documentos, incluindo um RG brasileiro, e escreveu uma carta explicando o motivo de sua busca por refúgio, destacando a alegada perseguição política que estaria sofrendo no Brasil, devido ao seu envolvimento no processo investigativo do STF.
Segundo Léo Índio, a Conare emitiu uma autorização provisória para sua estadia no país, conhecida como “precária”. Esse documento tem validade inicial de 90 dias e pode ser renovado dependendo da análise das autoridades argentinas sobre a situação do refugiado. No relato, Léo Índio ainda detalhou o procedimento ao qual foi submetido ao chegar à Argentina, reforçando sua posição de que busca asilo devido ao que considera serem "injustiças" cometidas contra ele pelo STF.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Léo Índio de envolvimento em crimes graves relacionados à tentativa de golpe de Estado. Ele é apontado por ter participado de ações que visavam a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com danos ao patrimônio público e a deterioração de bens tombados, além de incitação à violência. As acusações ainda apontam para provas coletadas em suas redes sociais, onde teria publicado conteúdos favoráveis à insurreição, assim como sua participação em grupos de WhatsApp que promoviam ideias antidemocráticas.
Além das acusações, a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) também se manifestou sobre o caso, pedindo que Léo Índio fosse extraditado para o Brasil para responder aos crimes que lhe são imputados. Ela encaminhou um pedido formal ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, solicitando a busca de sua extradição. A pressão sobre Léo Índio aumenta à medida que o STF avança com o processo, decidindo que ele deve continuar a responder judicialmente. Em uma das decisões recentes, a Primeira Turma da Corte decidiu por maioria que o processo deveria seguir, mesmo após tentativas de Léo Índio de se isentar de responder aos questionamentos da Justiça.
A situação de Léo Índio tem gerado um debate acalorado entre diferentes setores políticos no Brasil. Enquanto seus aliados e defensores, principalmente da direita, questionam o tratamento dispensado a ele, apontando o processo como uma forma de perseguição política, seus opositores veem sua fuga para a Argentina como mais um indicativo de que ele tem algo a esconder. O desfecho do caso ainda é incerto, mas as exigências de explicações tanto do STF quanto de autoridades políticas e jurídicas sobre sua fuga indicam que o processo deve continuar gerando discussões intensas nos próximos dias.
Essa nova movimentação de Léo Índio, ao se declarar perseguido e buscar asilo, também reabre a discussão sobre os limites da atuação do STF e a atuação do Judiciário em investigações de figuras próximas ao ex-presidente Bolsonaro, principalmente no que se refere a possíveis envolvimentos em ações golpistas e ameaças à democracia no país. A reação do STF, ao exigir uma posição clara de seus advogados, e a análise das circunstâncias que envolvem o pedido de refúgio de Léo Índio, têm o potencial de impactar ainda mais as relações políticas no Brasil, já bastante polarizadas.