O deputado, que pertence ao mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL, destacou que, na próxima semana, serão entregues as assinaturas de um projeto de anistia, que será apresentado em regime de urgência. O objetivo é que a proposta seja votada rapidamente no Congresso Nacional. Zucco argumentou que, ao contrário das condenações de algumas pessoas envolvidas nos protestos de 8 de janeiro, muitos envolvidos em outros casos, como a Operação Lava Jato, foram liberados sem as devidas punições, o que, segundo ele, evidencia uma injustiça no tratamento dado aos diferentes acusados.
Em sua fala, o deputado exemplificou o caso de Débora, uma mulher condenada a 14 anos de prisão, cuja culpa seria atribuída por causa de um batom e de uma frase repetida por um ministro, em um contexto que, segundo ele, não justificaria uma pena tão severa. Zucco afirmou que a oposição busca reverter essas decisões na Justiça, pois acredita que há uma manipulação política, ao invés de uma avaliação técnica e jurídica das acusações.
Enquanto Zucco fazia essas declarações, o ex-presidente Bolsonaro estava presente no Supremo Tribunal Federal (STF), onde acompanhava o andamento da defesa dos réus. Segundo o parlamentar, Bolsonaro estava tranquilo e satisfeito com a defesa que lhe foi apresentada, demonstrando confiança no trabalho dos advogados. No entanto, o ex-presidente preferiu não falar com a imprensa após o término da audiência, deixando a expectativa para um possível pronunciamento mais tarde, quando retornaria ao STF para acompanhar a votação do relator, o ministro Alexandre de Moraes.
Zucco também criticou duramente a escolha dos ministros do STF para julgar a denúncia contra Bolsonaro, sugerindo que alguns deles deveriam ser impedidos de votar devido às declarações públicas em que demonstraram ser contrários ao ex-presidente. O parlamentar citou, especificamente, o ministro Flávio Dino, que, segundo Zucco, se posicionou de forma ostensiva contra Bolsonaro. Para o deputado, isso comprometeria a imparcialidade do julgamento.
No cenário político, o deputado reiterou a necessidade de se reconsiderar as prisões de pessoas acusadas de envolvimento no atentado de 8 de janeiro. Ele argumentou que as investigações e as decisões jurídicas precisam ser mais transparentes, uma vez que, no entendimento da oposição, muitas dessas prisões foram feitas de forma precipitada e sem base suficiente para justificar a gravidade das penas impostas. Para Zucco, o atual momento exige a revisão desses casos, especialmente em relação a quem, segundo ele, está sendo injustamente punido.
Além disso, o líder oposicionista manifestou a expectativa de que, com a chegada de Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, que estava em viagem oficial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta de anistia seja devidamente analisada e, posteriormente, votada em regime de urgência. O projeto busca, segundo Zucco, aliviar a situação daqueles que, na visão da oposição, foram presos de forma errônea e sem a devida fundamentação jurídica.
O deputado também lamentou a polarização que tem marcado os julgamentos no Brasil e afirmou que a política atual está sendo influenciada por interesses que ultrapassam a análise jurídica das ações. Para ele, a Justiça precisa se distanciar de pressões políticas para garantir um julgamento justo e imparcial, e a reação da oposição será continuar buscando os caminhos legais para reverter o que considera um erro na condenação de figuras ligadas ao ex-presidente e aos protestos de 8 de janeiro.
O discurso de Zucco ecoa uma crítica mais ampla aos rumos políticos que o país tem tomado, com uma oposição mais combativa e disposta a desafiar as decisões do STF. Com a apresentação do projeto de anistia, a oposição no Congresso promete um movimento mais ativo para tentar reverter o que consideram ser um processo judicial com motivações políticas, e não jurídicas.