O parlamentar se posicionou enfaticamente contra a medida, afirmando que a detenção do advogado representa um "novo patamar de arbitrariedade". Eduardo Bolsonaro, que é formado em direito, destacou em sua postagem que a ação do STF viola gravemente as prerrogativas da advocacia, em especial a garantia da inviolabilidade das funções do advogado, que está prevista na Constituição Federal. Para ele, a prisão de Sebastião Coelho configura uma clara violação do Estatuto da Advocacia, que assegura a liberdade para o exercício da profissão sem constrangimentos ou impedimentos.
A crítica de Eduardo Bolsonaro foi direcionada não só ao ato em si, mas também ao tratamento desigual que, em sua visão, os advogados receberam em comparação a outros grupos presentes no julgamento. O deputado comparou a prisão de Coelho ao acesso dado a membros de movimentos sociais, que, segundo ele, puderam participar do evento sem restrições. Esse contraste foi interpretado por Bolsonaro como uma tentativa de cercear a atuação de advogados em um processo considerado de alta relevância política.
Eduardo afirmou que a detenção será denunciada por ele às autoridades nos Estados Unidos, onde se encontra atualmente. A crítica gerou um grande debate nas redes sociais, com muitos apoiadores do deputado compartilhando sua opinião sobre o que consideram um abuso de poder por parte do Supremo Tribunal Federal. Outros, no entanto, argumentaram que a prisão foi legal, já que o advogado teria sido detido por supostas irregularidades durante o exercício de sua profissão naquele contexto específico.
Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também se manifestou sobre o ocorrido, repudiando a detenção de Sebastião Coelho. A entidade, que é a responsável por defender as prerrogativas dos advogados, expressou preocupação com a gravidade da situação e com as possíveis implicações para o direito de defesa no Brasil. A OAB afirmou que a detenção é um reflexo de um cenário de constante pressão e tentativa de cerceamento das liberdades individuais, principalmente no que tange à atuação de advogados que defendem figuras políticas em processos de grande visibilidade.
O julgamento no qual o advogado foi detido envolve uma série de denúncias e investigações relacionadas ao suposto envolvimento de algumas figuras políticas na tentativa de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. O caso ganhou grande repercussão devido às figuras envolvidas e ao contexto político tenso que marca a atual conjuntura brasileira. A defesa de Filipe Martins tem insistido na tese de que não houve qualquer tentativa de golpe e que as acusações são infundadas.
Este episódio também se insere em um momento em que o STF tem sido alvo de críticas constantes, principalmente por setores ligados à oposição ao governo atual. Nos últimos meses, algumas decisões do tribunal têm gerado controvérsias, sendo vistas por muitos como excessivas ou politicamente tendenciosas. A prisão de um advogado de defesa em pleno exercício de sua função é um dos pontos mais recentes dessa tensão entre a corte e os opositores ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
O incidente envolvendo Sebastião Coelho e a reação de Eduardo Bolsonaro são mais um capítulo de um debate jurídico e político em torno das liberdades individuais e do papel do STF na política brasileira. A crítica do deputado não só reflete uma preocupação com o que considera uma violação das garantias constitucionais, mas também com a crescente polarização e a postura do tribunal em relação aos casos de grande relevância política.
Enquanto isso, o processo segue, e as próximas etapas do julgamento continuam a atrair atenção nacional e internacional. A defesa de Filipe Martins, por exemplo, ainda tenta desqualificar as acusações da PGR, enquanto a acusação trabalha para reunir mais evidências que sustentem a tese de uma tentativa de golpe. O cenário continua tenso, com a atuação do STF sendo cada vez mais observada de perto, tanto no Brasil quanto fora dele.