As eleições na Alemanha, que ocorreram em um cenário de desafios econômicos e tensões geopolíticas, marcaram um momento significativo para a política do país. A aliança conservadora CDU/CSU, liderada por Friedrich Merz, obteve entre 28,5% e 29% dos votos, de acordo com as pesquisas de boca de urna da ARD e ZDF. Por outro lado, o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve um resultado histórico, com cerca de 19,5% a 20% dos votos, sendo este o melhor desempenho do partido em eleições federais desde a Segunda Guerra Mundial.
Apesar do crescimento da AfD, Friedrich Merz, candidato da CDU/CSU, descartou qualquer possibilidade de aliança com a extrema-direita. Merz se comprometeu a formar um governo rapidamente, dado os diversos desafios internacionais enfrentados pela Alemanha, incluindo a guerra na Ucrânia e questões internas, como a recessão econômica e a crise energética. Alice Weidel, líder da AfD, comemorou o resultado e afirmou que seu partido agora está “firmemente ancorado” no cenário político alemão, indicando que a força da direita no país está em ascensão.
O contexto das eleições não se limita apenas aos resultados partidários. O momento político da Alemanha é marcado por uma crise econômica significativa, que tem afetado a vida dos cidadãos e gerado uma onda de insatisfação com as políticas públicas. Além disso, a guerra na Ucrânia continua a ser uma preocupação central para o governo alemão, que se vê pressionado a equilibrar suas relações com os Estados Unidos e com a União Europeia.
A alta taxa de participação nas eleições também chamou atenção. Até as 14h do horário local, a taxa de participação estava em 52%, um aumento em relação às eleições anteriores. Com mais de 59 milhões de eleitores convocados às urnas, a mobilização do público nas votações foi considerada uma demonstração de interesse da população nas questões políticas atuais do país.
Trump, ao celebrar os resultados, fez uma referência à sua visão sobre a política alemã e como ela se relaciona com o contexto global. Ele afirmou que a agenda progressista que vinha sendo defendida, especialmente em questões como imigração e política energética, estava afastando a população de soluções práticas. Para o ex-presidente, os resultados refletem o desejo de mudanças significativas, similar ao que ocorreu nos Estados Unidos, onde políticas mais conservadoras começaram a ganhar força após um período de insatisfação com o governo anterior.
A Alemanha, que tem sido uma das economias mais poderosas da Europa, enfrenta agora uma reconfiguração política. A ascensão de partidos como o AfD é um reflexo da crescente polarização e da falta de consenso em relação a questões fundamentais, como imigração, segurança e a resposta à crise energética. A situação econômica da Alemanha, juntamente com as tensões políticas internas, coloca o país em um momento delicado, que exige uma liderança forte para navegar por esses desafios complexos.1
O resultado eleitoral também está inserido em um contexto mais amplo, onde os conservadores têm demonstrado crescimento em várias partes do mundo. Trump, por exemplo, sempre se posicionou como defensor de políticas mais rígidas, tanto em relação à imigração quanto ao comércio internacional. Sua postura em relação às questões europeias é de uma visão mais alinhada com a direita conservadora, o que lhe confere uma postura de apoio a movimentos semelhantes em outros países, como os que estão em ascensão na Alemanha.
Esses eventos refletem não apenas uma transformação política dentro da Alemanha, mas também uma maior conectividade entre os movimentos conservadores globais. A vitória da CDU/CSU e o crescimento da AfD têm implicações não só para o futuro político da Alemanha, mas também para as relações internacionais, especialmente com os Estados Unidos e a União Europeia. Em um cenário de crescente instabilidade política e econômica, a configuração política da Alemanha nos próximos anos será fundamental para determinar sua direção no palco global.
Este resultado eleitoral marca, portanto, um momento de transição para a Alemanha, com implicações políticas, econômicas e sociais que poderão reverberar por muito tempo. O impacto dessas eleições será sentido tanto no interior do país quanto nas relações internacionais, especialmente em tempos de incerteza global e desafios econômicos.