Rejeição elevada pode dificultar reeleição de Lula

LIGA DAS NOTÍCIAS


 Uma nova pesquisa do Instituto Genial/Quaest aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perderia em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro em seis dos oito estados analisados. O levantamento, realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro, também testou um cenário com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como alternativa ao ex-presidente Bolsonaro, mostrando que ele também venceria Lula em cinco estados. A pesquisa reforça a tendência de enfraquecimento da popularidade do atual presidente em regiões estratégicas para as eleições de 2026.


De acordo com os dados divulgados, Lula só venceria Bolsonaro na Bahia e em Pernambuco. Nos demais estados, o ex-presidente lidera com folga. Em São Paulo, Bolsonaro tem 45% das intenções de voto contra 36% do petista. Em Goiás, a vantagem do ex-presidente é ainda maior, com 50% contra 30%. No Paraná, Bolsonaro também tem ampla vantagem, com 51% contra 30% de Lula. Já em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a disputa é mais equilibrada, com 42% a 40% e 41% a 41%, respectivamente, configurando um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa. No Rio Grande do Sul, Bolsonaro tem 44% contra 38% de Lula.


O levantamento também simulou um cenário em que Tarcísio de Freitas, visto como principal nome do bolsonarismo na ausência de Bolsonaro, disputa o segundo turno contra Lula. O governador de São Paulo venceria em cinco estados, incluindo São Paulo, Goiás e Paraná. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, Tarcísio aparece numericamente à frente, mas empatado tecnicamente com Lula. No entanto, na Bahia e em Pernambuco, o petista manteria vantagem sobre o governador paulista.


Além das intenções de voto, a pesquisa revelou um alto índice de rejeição ao presidente Lula, especialmente nos estados do Sudeste e Sul. Em São Paulo, 66% dos eleitores afirmam que não votariam no petista de jeito nenhum. No Paraná, esse índice chega a 68%. Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a rejeição ao presidente também é expressiva, com 62% e 58%, respectivamente. Por outro lado, Lula mantém um respaldo popular mais sólido na Bahia e em Pernambuco, onde a maioria dos eleitores ainda declara que votaria nele.


Outro dado relevante da pesquisa é o crescimento da desaprovação ao governo Lula. A reprovação ao seu terceiro mandato ultrapassou 60% em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, três estados que foram fundamentais para sua vitória em 2022. Mesmo na Bahia e em Pernambuco, estados onde Lula mantém vantagem nas intenções de voto, a avaliação negativa do governo já supera numericamente a aprovação, evidenciando uma erosão na base de apoio petista.


Além da pesquisa Genial/Quaest, um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas também confirmou a fragilidade de Lula em São Paulo. No principal colégio eleitoral do país, Bolsonaro aparece com 40,8% das intenções de voto, contra 26,6% do petista. Outros nomes testados incluíram Ciro Gomes, Gusttavo Lima e Eduardo Leite, mas nenhum deles superou a marca de 10% de preferência entre os eleitores paulistas.


No cenário sem Bolsonaro, Michelle Bolsonaro lidera com 31,3%, enquanto Lula aparece com 27,1%. Já Tarcísio de Freitas também venceria Lula em São Paulo, com 30,2% contra 26,7%. Esses números indicam que o eleitorado paulista está inclinado a manter um perfil conservador na próxima eleição presidencial, mesmo sem a presença direta de Bolsonaro na disputa.


A crescente rejeição a Lula e a desaprovação ao seu governo são fatores que preocupam estrategistas do Palácio do Planalto. Com a economia enfrentando desafios, o aumento do custo de vida e dificuldades na execução de promessas de campanha, como a redução da fila do INSS, a insatisfação popular pode impactar diretamente as chances de reeleição do petista.


Desde o início do mandato, Lula tem enfrentado dificuldades para cumprir algumas de suas promessas, como a redução da fila do INSS. O número de requerimentos pendentes de análise alcançou 1,98 milhão em novembro de 2024, se aproximando do recorde histórico registrado durante o governo Bolsonaro, quando 2,03 milhões de pedidos estavam na fila em janeiro de 2020. Apesar da promessa de Lula de resolver essa questão, o problema persiste, gerando críticas e insatisfação entre aposentados e pensionistas que aguardam a concessão de benefícios.


A pesquisa também mostra que o desgaste de Lula ocorre em um contexto mais amplo de insatisfação com políticas do governo, incluindo a alta nos preços de produtos essenciais, como o café, que atingiu recordes históricos em 50 anos. Esses fatores contribuem para um cenário desafiador para o presidente, que precisará reverter a tendência de queda na popularidade caso queira ter chances reais de reeleição em 2026.


Os números apontados pelas pesquisas reforçam que o bolsonarismo segue forte no cenário político brasileiro, mesmo sem Bolsonaro diretamente na disputa. Com um alto índice de rejeição ao governo petista e a ascensão de nomes como Tarcísio e Michelle Bolsonaro, a oposição ao governo Lula ganha força e pode consolidar-se como a principal alternativa ao atual presidente nas próximas eleições.

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