Cleitinho também usou a tribuna para trazer à tona um tema que considera essencial para o bom funcionamento das finanças públicas: a transparência na destinação de recursos federais. Em especial, o senador se concentrou nas emendas parlamentares, mais especificamente as chamadas "emendas Pix". Essas emendas são transferências especiais do Orçamento federal que permitem o envio direto de recursos às prefeituras, sem a necessidade de convênios tradicionais. O senador revelou um caso envolvendo quase R$ 470 milhões e questionou a falta de clareza sobre como esses valores foram utilizados. A sua crítica se baseia na ausência de detalhamento sobre as despesas e a destinação dos recursos, o que ele considera uma grave falha no processo de fiscalização.
Em sua fala, Cleitinho se mostrou especialmente indignado com o fato de que a falta de transparência em relação às emendas Pix tenha passado despercebida por muitos. O senador defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a fundo as transferências realizadas e garantir que a população tenha acesso a informações claras sobre a aplicação dos recursos públicos. Para ele, a criação de uma CPI é fundamental para evitar que casos como esse passem impunes e, consequentemente, comprometam ainda mais a confiança dos cidadãos nas instituições públicas.
A denúncia contra Bolsonaro, encaminhada pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), gerou grande repercussão no cenário político nacional. Cleitinho, em suas declarações, criticou a forma como as investigações estão sendo conduzidas e afirmou que o ex-presidente está sendo alvo de uma perseguição política sistemática. O senador sugeriu que, por trás da denúncia, há uma tentativa de esconder os verdadeiros acontecimentos de 2022, incluindo manobras políticas que levaram à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e à perseguição dos aliados de Bolsonaro. Ele ainda mencionou um livro recente, "O Fantasma do Alvorada – A Volta à Cena do Crime", que, segundo ele, teria registrado detalhes sobre essas manobras e as estratégias utilizadas pela esquerda para deslegitimar o ex-presidente. O livro, para Cleitinho, se tornou uma espécie de "documento histórico" que revela as manobras políticas do período eleitoral e a perseguição ao ex-presidente.
No entanto, o senador também expressou preocupação sobre a possibilidade de que o livro venha a ser censurado, uma vez que seu conteúdo traz à tona informações que podem ser incômodas para os poderes que ele considera responsáveis pela atual situação política do país. Embora a sua fala tenha sido mais voltada para a defesa de Bolsonaro, Cleitinho também questionou as ações do ministro do STF, Flávio Dino, que recentemente apontou irregularidades no uso de emendas Pix e pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) que apurasse os fatos. Para o senador, não se pode ignorar o escândalo envolvendo quase R$ 470 milhões, especialmente em um contexto onde a população exige mais transparência e responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Enquanto Cleitinho critica a denúncia da PGR e busca reforçar a necessidade de uma CPI para investigar as emendas parlamentares, a pressão sobre o ex-presidente Bolsonaro continua a crescer. A questão das emendas Pix, com sua falta de transparência, também permanece como um ponto central no debate político. Ao defender a criação de uma comissão para apurar os fatos, o senador tenta, de forma estratégica, direcionar o foco para o que considera ser uma questão de maior relevância para o bem-estar da sociedade e para o fortalecimento da confiança do público nas instituições de controle financeiro.
O cenário político continua tenso, com os aliados de Bolsonaro, como Cleitinho, buscando formas de reverter o que consideram ser um cerco político e judicial ao ex-presidente, ao mesmo tempo em que a oposição e as instituições de controle tentam expor e corrigir o que veem como falhas graves na gestão pública e no uso de recursos federais. Enquanto isso, a população aguarda os desdobramentos das investigações e o possível impacto que as acusações terão sobre o futuro político do país.