O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a comentar a situação econômica do país e afirmou que o preço dos combustíveis sob o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mais barato do que na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à rádio Cidade, de Caruaru (PE), Haddad atribuiu o impacto nos preços à privatização de refinarias durante o governo anterior e criticou a venda de ativos da Petrobras, apontando consequências diretas para o mercado de combustíveis no Brasil.
Segundo o ministro, a privatização de refinarias alterou a dinâmica do setor, pois os novos proprietários passaram a priorizar a obtenção de lucros. Ele também mencionou que os postos da BR Distribuidora, antes pertencentes à Petrobras, foram vendidos durante a gestão Bolsonaro, o que teria influenciado o preço final dos combustíveis para os consumidores. Para Haddad, a venda dessas refinarias e ativos comprometeu a capacidade do governo de regular o mercado e garantir preços mais acessíveis para a população.
Durante a entrevista, o ministro fez questão de destacar que a atual gestão ainda enfrenta dificuldades econômicas herdadas do governo anterior. Ele argumentou que é impossível corrigir os problemas de um país "destruído" em apenas dois anos e que o governo tem trabalhado para reverter essa situação. O ministro também ressaltou que a alta do dólar teve um papel fundamental na oscilação dos preços da gasolina e do diesel, associando essa valorização da moeda americana à eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Como o Brasil importa parte de seus combustíveis, qualquer variação cambial pode ter reflexos diretos no valor pago pelo consumidor.
Haddad foi questionado sobre a insatisfação popular em relação ao custo de vida e rebateu as críticas citando indicadores econômicos que, segundo ele, melhoraram em relação ao final do governo Bolsonaro. Entre os dados mencionados, ele apontou que a taxa de desemprego está menor e que a inflação também se reduziu. Apesar disso, reconheceu que o país ainda tem muitos desafios a superar. O ministro afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) tem consciência das dificuldades e garantiu que o governo está empenhado em recuperar o que foi perdido nos últimos anos.
Além de falar sobre os combustíveis e a economia, Haddad destacou alguns resultados positivos alcançados pelo governo Lula. Ele mencionou que o Brasil registrou a menor taxa de desemprego em anos, além de alcançar um crescimento econômico expressivo nos últimos dois anos. O ministro garantiu que o presidente Lula continuará cobrando resultados de sua equipe para que, até 2026, o país esteja em uma condição ainda melhor.
As declarações do ministro vêm em um momento de intenso debate sobre a política econômica do governo e a percepção popular sobre os preços e o custo de vida. Enquanto a equipe econômica insiste que houve avanços, parte da população e da oposição argumenta que o cenário ainda não melhorou de forma significativa. A discussão sobre o preço dos combustíveis é um dos pontos centrais nesse embate, já que o tema tem impacto direto no bolso dos brasileiros e influencia a inflação como um todo.
O setor de combustíveis tem passado por mudanças desde a gestão Bolsonaro, que apostou na privatização como uma estratégia para aumentar a concorrência e reduzir a influência estatal no mercado. No entanto, a venda de refinarias gerou críticas, especialmente entre setores que defendem um maior controle governamental sobre os preços. O governo atual tem sinalizado que busca formas de minimizar os efeitos dessas mudanças, mas enfrenta limitações diante da nova configuração do setor.
Especialistas divergem sobre os impactos da privatização das refinarias. Enquanto alguns defendem que a medida pode gerar mais eficiência e investimentos, outros argumentam que ela pode reduzir o controle sobre os preços e aumentar a vulnerabilidade do país a oscilações externas. No caso da gasolina e do diesel, o Brasil ainda depende de importações para atender à demanda, o que torna os preços sensíveis a fatores internacionais, como o câmbio e o preço do petróleo no mercado global.
A discussão sobre os combustíveis também se entrelaça com o debate político mais amplo, envolvendo comparações entre os governos Lula e Bolsonaro. A oposição tem usado o tema para criticar a atual administração, enquanto o governo defende que está corrigindo erros do passado. A gestão petista busca reforçar a narrativa de que herdou um país em dificuldades e que tem feito avanços para recuperar a economia.
Diante desse cenário, as próximas decisões do governo em relação ao setor de combustíveis serão acompanhadas de perto por analistas e consumidores. A política de preços da Petrobras, os impactos das privatizações e as condições do mercado internacional continuarão sendo fatores determinantes para os valores cobrados nas bombas. Com um cenário econômico ainda desafiador e um eleitorado atento às mudanças, o tema promete permanecer no centro do debate público nos próximos meses.