Cid diz que repassou US$ 86 mil a Bolsonaro após vender joias de acervo

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, afirmou em depoimento à Polícia Federal que o ex-presidente autorizou a venda de joias que faziam parte do acervo presidencial. As declarações foram feitas no contexto da investigação sobre o destino de presentes de alto valor recebidos pelo governo brasileiro durante a gestão de Bolsonaro.

As joias em questão foram recebidas como presentes de autoridades estrangeiras e deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da União. No entanto, segundo Cid, houve orientação para que fossem negociadas no exterior. O ex-ajudante de ordens relatou que parte dessas joias foi vendida e que os valores arrecadados teriam sido entregues a Bolsonaro.


A Polícia Federal apura a legalidade dessas transações e se houve tentativa de ocultação de patrimônio. A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que analisa a destinação de bens recebidos por chefes de Estado em exercício. Segundo a legislação brasileira, presentes recebidos por autoridades públicas devem ser classificados como de interesse pessoal ou de interesse público, sendo que apenas os primeiros podem ser incorporados ao patrimônio privado.


As informações prestadas por Mauro Cid reforçam suspeitas sobre a conduta do ex-presidente em relação ao acervo presidencial. A Polícia Federal já havia identificado tentativas de venda de joias nos Estados Unidos, envolvendo intermediários ligados ao governo anterior. O caso ganhou destaque após a apreensão de itens valiosos no Brasil, como um conjunto de diamantes presenteado pela Arábia Saudita.


Diante das novas revelações, Bolsonaro negou qualquer irregularidade e afirmou que todas as suas ações seguiram a legislação vigente. Seus advogados sustentam que os bens foram tratados conforme as normas aplicáveis e que ele não teve envolvimento direto em eventuais negociações. A defesa também questiona a credibilidade das declarações de Mauro Cid, alegando que ele estaria sendo pressionado a cooperar com as investigações.


O inquérito segue em andamento, e a Polícia Federal busca esclarecer o caminho percorrido pelos bens desde sua entrada no país até a possível venda no exterior. Autoridades americanas também foram acionadas para auxiliar na investigação, uma vez que há indícios de que parte das transações ocorreu nos Estados Unidos. Além disso, o Tribunal de Contas da União acompanha o caso para determinar se houve prejuízo ao erário público.


O episódio tem repercussão política e jurídica, podendo influenciar o futuro do ex-presidente e de seus aliados. Parlamentares da oposição cobram esclarecimentos e defendem medidas para evitar que situações semelhantes se repitam. Já aliados de Bolsonaro minimizam as acusações e classificam a investigação como uma tentativa de perseguição política.


A expectativa é que novos depoimentos e documentos ajudem a esclarecer os fatos. A Polícia Federal pretende ouvir outras pessoas envolvidas no caso e analisar movimentações financeiras que possam indicar o destino dos valores obtidos com as vendas. Enquanto isso, Bolsonaro continua sob escrutínio, enfrentando múltiplas frentes de investigação que podem impactar sua trajetória política nos próximos anos.

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