A Rumble, fundada em 2013, tem se destacado como um espaço para conteúdos de grupos conservadores e foi uma das plataformas que enfrentou dificuldades com a justiça brasileira em 2023. O ministro Moraes havia determinado a remoção de conteúdos e usuários de direita, incluindo o influenciador Monark, conhecido por suas posições polêmicas, como a defesa do nazismo e questionamentos infundados sobre as eleições de 2022. Na época, a Rumble chegou a interromper suas atividades no Brasil, mas retornou ao mercado brasileiro no início deste ano, mantendo sua postura contrária às restrições impostas por autoridades brasileiras.
Pavlovski, sem especificar o conteúdo da ordem recebida, revelou que a ordem de Moraes exigia o cumprimento até a noite de sexta-feira (21/2). Em um comunicado feito no X, antigo Twitter, o CEO da Rumble foi enfático ao afirmar que o ministro não possui autoridade sobre a plataforma nos Estados Unidos. “Você não tem autoridade sobre a Rumble aqui nos EUA, a menos que passe pelo governo dos Estados Unidos”, disse Pavlovski, desafiando a decisão de Moraes e reiterando que a empresa não cederia à pressão. Além disso, Pavlovski reafirmou que está disposto a levar a disputa para os tribunais. “Repito – nos vemos no tribunal”, disse ele, demonstrando disposição para continuar com o litígio.
A Rumble não está sozinha nesta batalha legal. A plataforma, junto ao Trump Media & Technology Group (TMTG), acionou o STF contra Moraes, acusando o ministro de violar a liberdade de expressão. A ação foi protocolada na quarta-feira (19/2) e pede que a Justiça brasileira conceda salvaguardas para a Rumble e outras empresas norte-americanas contra decisões do STF que, segundo elas, seriam abusivas e contrárias aos princípios da liberdade de expressão e da internet.
O envolvimento do TMTG, grupo empresarial do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe um componente internacional à disputa. A Rumble, em especial, busca se posicionar como uma plataforma de liberdade para conteúdos conservadores e críticos ao establishment, ao mesmo tempo em que enfrenta pressões judiciais de diversos países que têm legislado de forma mais rigorosa sobre o que pode ou não ser publicado na internet. A briga judicial entre a Rumble e as autoridades brasileiras reflete as tensões em torno do poder da Justiça em regular plataformas de redes sociais, especialmente aquelas que se tornam um campo de batalha político.
A decisão de Moraes, que tem gerado uma série de repercussões e reações, ainda precisa ser cumprida e, conforme o CEO da Rumble, a empresa seguirá se recusando a acatar qualquer ordem que considere ilegal. A resposta de Pavlovski é mais uma etapa de um conflito que envolve questões jurídicas e políticas complexas, especialmente no contexto do Brasil, onde a liberdade de expressão na internet tem sido frequentemente questionada pelas autoridades.
Com isso, a situação permanece tensa, e as próximas semanas poderão trazer mais desdobramentos sobre a forma como o STF lidará com o pedido da Rumble e de outros grupos empresariais que se alinham com a plataforma. A disputa promete seguir no campo judicial, com um alto impacto sobre o futuro da liberdade de expressão e das redes sociais no Brasil.