Bolsonaro sobre inelegibilidade: Brasil está no ritmo da Venezuela

LIGA DAS NOTÍCIAS

Em entrevista, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Venezuela no que diz respeito à inelegibilidade de opositores. A declaração foi feita em resposta à pergunta do repórter Marcos Melo, que questionou se Bolsonaro acreditava que a ausência de sua candidatura na disputa presidencial de 2026 seria considerada um golpe. O ex-presidente, que encontra-se inelegível até 2030 devido à condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político, não poupou críticas ao sistema eleitoral brasileiro e comparou-o com o da Venezuela, onde opositores de Nicolás Maduro, como Maria Corina Machado e Henrique Capriles, também foram impedidos de disputar eleições.


Durante a entrevista, Bolsonaro ressaltou que o Brasil estaria tomando rumos semelhantes ao regime venezuelano, onde opositores são sistematicamente barrados das urnas. Para o ex-presidente, essa prática configura uma ameaça à democracia e enfraquece a legitimidade do processo eleitoral. Ele ainda fez referência ao voto impresso, destacando que o sistema de contagem de votos utilizado na Venezuela, sem transparência, foi um dos fatores que ajudaram a confirmar a fraude nas eleições daquele país. Para Bolsonaro, a implementação do voto impresso no Brasil seria uma medida necessária para evitar que o sistema eleitoral seja manipulado.


A entrevista também abordou a denúncia recente apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro, que o acusa de participação em um suposto movimento golpista. Segundo a PGR, o ex-presidente teria incentivado atos contra a ordem democrática. Bolsonaro, por sua vez, afirmou que a acusação é infundada e classificou as investigações como um ataque à sua liberdade de expressão e ao direito de se posicionar contra o governo atual. O ex-presidente, que tem sido uma figura central na oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, também argumentou que o processo judicial tem motivações políticas, com o objetivo de neutralizá-lo como liderança da direita no país.


Bolsonaro também se posicionou sobre o cenário político internacional, afirmando que, assim como na Venezuela, o Brasil enfrenta um ambiente hostil para a oposição. O ex-presidente sugeriu que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está adotando práticas autoritárias e criando obstáculos para aqueles que se opõem ao atual regime. Para ele, as acusações de tentativa de golpe e os processos judiciais são estratégias para enfraquecer a oposição e impedir que a direita se fortaleça para as próximas eleições.


O ex-presidente voltou a fazer críticas ao sistema de justiça eleitoral brasileiro, que considera vulnerável a fraudes e manipulações. Ele defendeu a necessidade de mais transparência nas urnas e reiterou seu apoio à implementação do voto impresso, que foi uma das suas principais bandeiras durante seu governo. O voto impresso, para Bolsonaro, seria uma garantia de que os resultados das eleições fossem mais confiáveis e difíceis de serem questionados. A sua defesa do voto impresso, no entanto, encontra resistência em diversos setores da sociedade e no próprio TSE, que considera o sistema de urnas eletrônicas no Brasil seguro e confiável.


A entrevista de Bolsonaro também gerou polêmica por suas declarações sobre a situação política da Venezuela e o autoritarismo de Nicolás Maduro. O ex-presidente fez comparações diretas entre o governo venezuelano e o atual governo brasileiro, sugerindo que as práticas adotadas pelo regime de Maduro poderiam estar sendo replicadas no Brasil. Ele acusou o governo de Lula de seguir os mesmos passos de Maduro ao tentar enfraquecer a oposição e barrar lideranças que se colocam contra o regime.


Além disso, Bolsonaro foi questionado sobre suas perspectivas para as eleições de 2026, apesar de sua inelegibilidade. O ex-presidente afirmou que, mesmo fora do processo eleitoral, pretende continuar atuando como líder da oposição e trabalhando para fortalecer sua base política. Ele também garantiu que não há qualquer possibilidade de desistir de sua luta política e que a sua presença será sentida nas eleições futuras, independentemente de sua participação formal nas urnas.


Com a sua inelegibilidade até 2030, Bolsonaro tem adotado uma postura de resistência, criticando constantemente o governo atual e suas políticas. O ex-presidente segue sendo uma figura central na política brasileira e, mesmo em meio às adversidades, mantém um grande apoio entre os eleitores de direita. Seus posicionamentos continuam a gerar debate e polêmica, com aliados e opositores divididos sobre o rumo que o país deve seguir nas próximas eleições.


A entrevista de Bolsonaro é mais uma demonstração de seu posicionamento político e de suas críticas ao sistema eleitoral e judicial do Brasil. O ex-presidente segue firme em sua crítica à forma como o país está sendo governado, e suas declarações continuam a impactar o cenário político nacional. O futuro político de Bolsonaro permanece incerto, mas ele já deixou claro que continuará a lutar pela sua visão de Brasil, mesmo diante das dificuldades legais que enfrenta.

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