A data escolhida, 16 de março, é vista como estratégica, pois marca um período próximo ao aniversário do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, quando as ruas se mobilizaram em grandes manifestações contra o governo petista. O ex-presidente Bolsonaro tem utilizado suas redes sociais para incentivar a participação em um grande ato que, segundo ele, deve ser uma demonstração de força e união dos brasileiros que se opõem ao PT. A convocação, embora ainda esteja sendo organizada, tem gerado um movimento de adesão crescente, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde Bolsonaro detém maior apoio.
O ex-presidente, que continua a ser uma figura central na política brasileira, tem se mostrado cada vez mais ativo nas discussões sobre o futuro do país. Ele ainda não anunciou oficialmente sua candidatura para as eleições presidenciais de 2026, mas suas ações e declarações sugerem que ele está se preparando para uma possível corrida pelo cargo, caso tenha seus direitos políticos restaurados. Nesse contexto, os atos de 16 de março são vistos como um primeiro passo para consolidar sua base de apoio e também para testar sua popularidade em um cenário pós-presidência.
Embora Bolsonaro tenha declarado várias vezes que sua intenção é lutar pela recuperação de seus direitos políticos e pela anistia, sua mobilização para os atos de março indica que ele ainda tem um papel central na política brasileira. Ele busca, com esses protestos, reacender a chama da oposição ao governo de Lula, que tem enfrentado críticas tanto da direita quanto de setores do centro. A estratégia de Bolsonaro, ao convocar atos contra o governo, também visa mostrar que ele ainda tem força para mobilizar as ruas, algo que poderá ser crucial em sua trajetória rumo a 2026.
Além disso, os atos têm um forte caráter simbólico, já que Bolsonaro tenta se distanciar da imagem de político isolado que poderia ter ficado após sua derrota nas urnas em 2022. Ao organizar essas manifestações, ele procura reafirmar sua liderança no campo da direita e mostrar que sua base de apoio ainda está ativa e disposta a se mobilizar em defesa de seus ideais. Os manifestos de março, portanto, têm o objetivo de ser uma plataforma para discutir as políticas de Lula, especialmente aquelas relacionadas à economia, ao combate à inflação e à segurança pública, que são temas sensíveis para o eleitorado de Bolsonaro.
A convocação de Bolsonaro para os atos também acontece em um momento de instabilidade política e econômica no Brasil. O governo Lula tem enfrentado desafios significativos, como o alto índice de inflação, que afeta diretamente o poder de compra das classes mais baixas, e a crescente insatisfação com a gestão da segurança pública em várias regiões do país. Essas questões têm alimentado a narrativa da oposição, que acusa o governo de não conseguir resolver problemas estruturais que afetam o cotidiano dos brasileiros. Com isso, Bolsonaro busca capitalizar sobre essas críticas, ao mesmo tempo em que reafirma sua proposta de mudança e de governo voltado para as necessidades da população.
Embora o ex-presidente tenha perdido a eleição em 2022, sua mobilização continua sendo uma ameaça para a governabilidade do atual governo. O movimento em favor de sua candidatura em 2026, que tem ganhado cada vez mais força, pode se fortalecer ainda mais com os protestos e com a adesão de novas lideranças políticas que compartilham de suas críticas a Lula. A direita brasileira segue dividida sobre quem será o representante mais forte nas próximas eleições presidenciais, mas a organização desses atos serve para fortalecer o nome de Bolsonaro entre seus seguidores.
Em um país polarizado como o Brasil, onde os ânimos políticos estão cada vez mais acirrados, os atos de 16 de março não são apenas um protesto contra o governo de Lula, mas também uma preparação para o que pode ser uma longa disputa pela presidência em 2026. O ex-presidente Bolsonaro parece disposto a utilizar todas as suas forças para consolidar sua posição de liderança e demonstrar que ainda é uma figura central na política nacional, com capacidade de mobilizar e influenciar o debate público. Assim, os próximos meses serão decisivos para o futuro político de Bolsonaro e para as movimentações da direita nas eleições que se aproximam.