Bolsonaro fala sobre possíveis nomes da direita para 2026

Caio Tomahawk

 


Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva à CNN Brasil nesta quinta-feira (23), abordando as possibilidades de representação da direita nas eleições presidenciais de 2026. O ex-presidente, atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou que pretende reverter sua situação jurídica para concorrer novamente ao cargo mais alto do país. Segundo ele, sua motivação é uma "paixão pelo Brasil", mas, caso não consiga recuperar seus direitos políticos, outros nomes começam a surgir como alternativas para o campo conservador.

Durante a conversa, Bolsonaro destacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como um dos principais nomes para representar a direita. Tarcísio, que tem sido questionado sobre suas intenções políticas, geralmente se esquiva do tema e reforça que Bolsonaro seria o candidato ideal. O ex-presidente elogiou Tarcísio como "um excelente gestor", mas ponderou que é preciso avaliar se ele está preparado para assumir o protagonismo político em nível nacional.

Outro nome analisado por Bolsonaro foi o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O ex-presidente reconheceu a força política de Caiado em seu estado, mas destacou que sua influência ainda é limitada fora de Goiás. Segundo Bolsonaro, a falta de projeção nacional pode dificultar as chances do governador em uma possível candidatura presidencial. Caiado, por sua vez, já declarou sua intenção de percorrer o Brasil a partir de março para consolidar sua posição no cenário político.

Romeu Zema, governador de Minas Gerais, também entrou na discussão. Embora tenha sido descrito por Bolsonaro como um "bom administrador", o ex-presidente acredita que Zema ainda não possui a visibilidade necessária fora de seu estado natal. Apesar disso, o nome do governador do Novo segue sendo ventilado nos bastidores como uma possível opção para a direita.

A entrevista também trouxe comentários sobre figuras polêmicas no cenário político. O empresário Pablo Marçal, que disputou a Prefeitura de São Paulo em 2024, foi mencionado como um exemplo de potencial desperdiçado. A relação entre Bolsonaro e Marçal se deteriorou após desentendimentos durante a campanha municipal, o que levou o ex-presidente a classificá-lo como "carta fora do baralho". Ainda assim, Bolsonaro reconheceu que Marçal possui capacidade, mas precisa trabalhar em seu autocontrole.

De forma inusitada, o cantor sertanejo Gusttavo Lima também foi citado como alguém que demonstrou interesse em participar da disputa presidencial. Bolsonaro revelou ter ficado surpreso com a declaração do artista, avaliando que ele possui popularidade e idade adequadas para cargos políticos, mas que ainda falta maturidade para uma candidatura à Presidência. Segundo o ex-presidente, Gusttavo Lima seria um bom nome para o Senado, mas precisaria de mais preparo para o desafio presidencial.

O governador do Paraná, Ratinho Júnior, parece ser um dos poucos que agradam Bolsonaro. O ex-presidente elogiou o desempenho do político e indicou que ele poderia ser um bom representante da direita. Apesar disso, Bolsonaro destacou que ainda não discutiu o assunto de forma aprofundada com ninguém e que as conversas devem ser feitas no momento certo.

Bolsonaro também comentou sobre sua própria família como possíveis representantes da direita em 2026. Ele destacou o preparo dos filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro, além da popularidade crescente de sua esposa, Michelle Bolsonaro. Eduardo, segundo o ex-presidente, possui "um vasto conhecimento de mundo" e seria uma opção viável. Já Michelle, que ganhou destaque internacional ao participar da posse de Donald Trump nos Estados Unidos, foi descrita como um nome com grande potencial. Em tom descontraído, Bolsonaro afirmou que, caso Michelle fosse eleita, ele se colocaria à disposição para ocupar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil.

A entrevista acontece em um momento em que o cenário político começa a se movimentar, mesmo a dois anos das eleições. A expectativa é que novos nomes surjam ao longo dos próximos meses, enquanto as articulações políticas ganham força nos bastidores. Apesar de seu atual status de inelegibilidade, Bolsonaro segue sendo uma figura central no debate político, influenciando diretamente os rumos da direita no Brasil.

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