Cleitinho: “O presidente do país é Moraes?”

LIGA DAS NOTÍCIAS

Durante sua participação no programa Pleno Time, transmitido nesta quarta-feira, 2 de julho, pelo portal Pleno.News, o senador Cleitinho Azevedo, do Republicanos de Minas Gerais, fez duras críticas ao atual cenário político brasileiro, colocando em xeque a autoridade do presidente da República e questionando a atuação do Supremo Tribunal Federal. Em tom de indignação, o parlamentar sugeriu que, diante das recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das seguidas interferências da Corte, parece que quem de fato governa o país é o ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, é chegada a hora de o Senado tomar uma posição firme e iniciar um processo de impeachment contra pelo menos um dos ministros da Suprema Corte.


A declaração do senador surge após o presidente Lula afirmar, no contexto da disputa envolvendo o aumento do IOF, que sem recorrer ao STF ele não consegue mais governar. A fala do chefe do Executivo, ao admitir a dependência da Justiça para a implementação de medidas de seu governo, repercutiu negativamente entre parlamentares da oposição e mesmo entre alguns nomes do centro político. Para Cleitinho, essa situação revela não apenas a fragilidade do governo, mas também a desmoralização do sistema democrático, uma vez que o Judiciário, que não é eleito pelo povo, estaria se sobrepondo aos demais Poderes.


O senador argumentou que a constante intervenção do STF nas decisões do Congresso Nacional está enfraquecendo a legitimidade do Legislativo e transformando o país em uma democracia apenas formal, sem que haja, de fato, respeito à soberania popular. Ele destacou que o Senado, como Casa revisora e guardião da Constituição, tem a responsabilidade de agir quando há excessos. Segundo Cleitinho, a postura passiva do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, contribui para esse cenário de omissão institucional.


Ao sugerir que “fechem as portas do Congresso Nacional” caso mais uma decisão do Legislativo seja anulada pelo Supremo, Cleitinho expressou a frustração crescente entre parlamentares que se sentem impotentes diante do protagonismo da Corte. Ele defende que o Senado recupere sua autoridade e envie um recado claro de que não aceitará mais interferências em suas competências constitucionais. Para o senador mineiro, é necessário que haja um equilíbrio entre os Poderes, e esse equilíbrio só poderá ser restabelecido se houver coragem política para enfrentar o que ele considera abusos por parte de ministros do STF.


A proposta de impeachment de ministros do Supremo já foi levantada anteriormente por outros senadores, mas nunca avançou devido à resistência interna no Senado e à influência política dos próprios magistrados. Cleitinho, no entanto, reforçou que este é o momento adequado para romper com a inércia e dar uma resposta à sociedade, que, segundo ele, assiste perplexa à escalada de poder de uma instituição que deveria se limitar ao papel de julgar com base na Constituição, e não de legislar ou governar.


As críticas do senador repercutiram entre seus apoiadores e em setores da oposição, que enxergam na fala uma tentativa legítima de restaurar o equilíbrio institucional. Ao mesmo tempo, setores ligados ao governo e ao Judiciário reagiram com cautela, acusando Cleitinho de incitar uma crise entre os Poderes e de tentar deslegitimar o Supremo por conveniência política. O senador, no entanto, afirmou que seu posicionamento não se trata de ataque às instituições, mas sim de uma defesa clara da Constituição e da separação dos Poderes, princípios fundamentais da República.


O clima em Brasília é de tensão. As decisões recentes do STF, incluindo a possibilidade de derrubada do decreto legislativo que revogou o aumento do IOF, acirraram os ânimos entre os Poderes. Parlamentares já manifestam preocupação com a escalada do Judiciário e cobram uma postura mais firme da presidência do Senado. Cleitinho Azevedo, com seu discurso direto, tornou-se um dos nomes mais vocais nesse embate institucional, e promete levar adiante sua proposta de abertura de processo contra ministros que, segundo ele, ultrapassaram os limites de suas atribuições.


Enquanto isso, o presidente Lula continua buscando respaldo no Supremo para viabilizar suas pautas, em meio à dificuldade de articulação política com o Congresso. A dependência cada vez maior do Executivo em relação ao Judiciário evidencia o enfraquecimento da base governista e a falta de coesão nas negociações com o Legislativo. Essa situação alimenta o discurso da oposição, que vê na fragilidade do governo uma oportunidade de cobrar mais protagonismo para o Parlamento.


Com o cenário político cada vez mais polarizado e as instituições em rota de colisão, cresce a expectativa em torno dos próximos passos do Senado e da reação do STF às críticas que vêm sendo feitas por parlamentares como Cleitinho. A crise entre os Poderes está longe de ser contida, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.


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