Segundo afirmou, o vídeo foi publicado sem seu conhecimento ou autorização e, por isso, configura crime. Para ele, trata-se de uma tentativa deliberada de abalar sua imagem e desviar o foco de seu trabalho jornalístico. Greenwald ressaltou que parte do conteúdo divulgado foi distorcida, enquanto outras partes não, mas independentemente disso, a motivação por trás do vazamento estaria ligada à perseguição política por suas opiniões e investigações. Ele disse ainda que já há avanços na identificação dos responsáveis e que está próximo de confirmar quem está por trás do ataque. Afirmou também que a intenção clara dos envolvidos era ferir sua reputação e atingir sua atuação profissional, sobretudo diante do contexto atual de polarização e tensão política.
O jornalista destacou que, apesar do abalo causado, sua disposição em continuar exercendo o jornalismo crítico e investigativo permanece inabalável. Em sua declaração, reforçou que não mudará sua linha editorial e que seguirá comprometido com as causas que sempre defendeu. Greenwald se mostrou firme ao afirmar que continuará atuando nas frentes que considera essenciais para o debate público e a preservação das liberdades individuais. Ele também lamentou o comportamento de parte do público que, ao ter acesso ao vídeo, contribuiu para a sua disseminação sem refletir sobre as consequências éticas e jurídicas dessa atitude.
A exposição de conteúdos íntimos sem consentimento é considerada crime em diversos países, inclusive no Brasil, onde Greenwald reside. A legislação brasileira trata o compartilhamento de imagens de nudez ou atos sexuais sem autorização como violação da intimidade, passível de pena de reclusão e multa. A defesa do jornalista estuda as medidas legais cabíveis e deve acionar autoridades para que os responsáveis pela divulgação sejam identificados e responsabilizados. A expectativa é que o caso também ganhe atenção internacional, dado o prestígio de Greenwald no meio jornalístico global e seu histórico de atuação em temas de alto impacto político, como foi o caso da série de reportagens conhecida como Vaza Jato.
O episódio reacende o debate sobre os limites da exposição na internet, o uso indevido das redes sociais e os ataques direcionados a figuras públicas que exercem atividades sensíveis. Nos últimos anos, casos semelhantes envolvendo vazamentos de fotos ou vídeos íntimos têm se multiplicado, afetando a vida pessoal e profissional de inúmeras pessoas. No caso de Glenn Greenwald, o componente político parece agravar ainda mais o cenário, uma vez que ele é conhecido por suas denúncias e críticas a setores poderosos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
A reação de solidariedade a Glenn não tardou. Diversos colegas de profissão, ativistas de direitos humanos e personalidades políticas manifestaram apoio ao jornalista, condenando o vazamento como um ataque covarde e um atentado à liberdade de imprensa. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo também se pronunciou, destacando a importância de garantir a integridade dos profissionais de imprensa diante de perseguições que tentam silenciar vozes críticas por meio de chantagens e exposição indevida. Para muitos, o que ocorreu com Glenn é mais um reflexo de um ambiente cada vez mais hostil aos jornalistas e à liberdade de expressão, especialmente quando o trabalho desenvolvido incomoda setores influentes.
Mesmo diante da situação delicada, Greenwald reiterou seu compromisso com o jornalismo que pratica e afirmou que o ataque não será suficiente para intimidá-lo. Encerrou sua nota pública com a mensagem de que continuará buscando a verdade e se dedicando às causas que acredita, sem se curvar a pressões políticas ou tentativas de desmoralização pessoal. O caso segue em investigação, e os desdobramentos nos próximos dias deverão indicar o rumo das ações judiciais e as repercussões para o debate sobre privacidade, política e liberdade de imprensa no país.