Ela pediu que seus apoiadores fizessem doações via Pix, independentemente do valor, afirmando que qualquer contribuição, por menor que fosse, seria bem-vinda. No vídeo, ela reforçou que o pedido de ajuda não é por vaidade, mas por necessidade, e disse que está de cabeça erguida diante das dificuldades. Zambelli justificou as multas que recebeu como parte de um processo de retaliação política por conta de suas opiniões e posicionamentos. Sem entrar em detalhes sobre os valores envolvidos ou as decisões judiciais específicas, a deputada afirmou que essas sanções seriam uma tentativa clara de calar vozes que ousam confrontar o sistema.
A repercussão do pedido foi imediata. Nas redes sociais, o vídeo gerou reações variadas. Enquanto muitos seguidores demonstraram solidariedade, dizendo que a parlamentar está sendo injustiçada e que é dever da base conservadora apoiá-la neste momento, outros a criticaram duramente. Um dos principais pontos levantados por seus críticos é o fato de Zambelli receber salário como deputada federal, além de verbas destinadas ao exercício do mandato, o que, na visão deles, a tornaria plenamente capaz de arcar com as penalidades sem recorrer ao público.
Mesmo com as críticas, a campanha de arrecadação começou a ganhar força. Diversos perfis conservadores e grupos alinhados à direita começaram a divulgar a chave Pix disponibilizada por Zambelli. Influenciadores do mesmo campo político também manifestaram apoio à deputada, dizendo que sua situação reflete o que classificam como perseguição sistemática contra parlamentares de direita. Hashtags como “Ajude Zambelli” e “Liberdade de Expressão” passaram a circular nas redes, especialmente no X, antigo Twitter, e em grupos de WhatsApp frequentados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A parlamentar, que ganhou notoriedade nos protestos de 2013 e posteriormente foi eleita na esteira da onda conservadora de 2018, tem uma trajetória política marcada por episódios polêmicos. Desde que assumiu o mandato, esteve envolvida em diversas controvérsias, especialmente ligadas a declarações nas redes sociais, embates públicos com adversários políticos e ações judiciais movidas contra ela. Zambelli também teve protagonismo durante o governo Bolsonaro, sendo uma de suas aliadas mais leais no Congresso Nacional.
Em sua fala, Zambelli disse que as ações judiciais contra ela têm um objetivo claro: inviabilizar sua atuação política. Segundo ela, o Judiciário estaria atuando de forma seletiva para desestabilizar parlamentares conservadores, utilizando multas e outras medidas legais como instrumentos de coerção. A deputada afirmou ainda que não vai recuar e que continuará exercendo seu mandato com firmeza e compromisso com o que acredita ser o interesse do povo brasileiro.
A deputada também prometeu que todas as doações recebidas serão usadas exclusivamente para pagar as multas judiciais e que prestará contas publicamente. Ela garantiu que divulgará os comprovantes de pagamento e que todo o processo será feito com transparência. Agradeceu a quem decidir contribuir e afirmou que cada valor doado representa um gesto de apoio à sua luta.
Com o apelo, Zambelli conseguiu reacender o debate sobre a atuação do Judiciário frente a figuras públicas e sobre os limites da liberdade de expressão no ambiente político atual. Para seus apoiadores, a deputada representa a resistência contra um sistema que, na visão deles, está cada vez mais intolerante com opiniões divergentes. Já para seus críticos, o episódio mostra um uso indevido da influência política para mobilizar recursos privados em benefício próprio.
A situação coloca novamente em evidência o grau de polarização política no Brasil, em que cada gesto de figuras públicas é interpretado de maneira antagônica por diferentes setores da sociedade. O desfecho da campanha de arrecadação ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a deputada Carla Zambelli está disposta a transformar sua batalha judicial em mais um capítulo de sua narrativa política, apostando na fidelidade de sua base para atravessar mais essa crise.