Troca de cirurgião de Bolsonaro foi decisão de Michelle

LIGA DAS NOTÍCIAS

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou por uma mudança significativa em sua equipe médica, mais especificamente em relação ao cirurgião responsável por acompanhá-lo em intervenções delicadas. A substituição do cirurgião-chefe que cuidava da saúde de Bolsonaro foi uma decisão tomada por sua esposa, Michelle Bolsonaro. A alteração, segundo fontes próximas ao casal, ocorreu após uma série de divergências em relação ao tratamento e à abordagem adotada anteriormente, além de refletir o crescente protagonismo de Michelle nas decisões mais estratégicas envolvendo o ex-presidente.


Desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro passou por diversas cirurgias e acompanhamentos médicos intensivos, sendo atendido majoritariamente pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, que construiu uma relação próxima com o ex-presidente ao longo dos últimos anos. Entretanto, em um movimento que surpreendeu aliados e parte da equipe médica, Bolsonaro passou a ser acompanhado por outro profissional. O nome do novo cirurgião ainda não foi divulgado oficialmente, mas a mudança já está em curso e reflete uma reestruturação no círculo íntimo de confiança do ex-presidente.


A decisão partiu de Michelle Bolsonaro, que, nos bastidores, tem tido papel cada vez mais relevante tanto em questões políticas quanto em assuntos pessoais e de saúde de Bolsonaro. De acordo com interlocutores, ela demonstrava insatisfação com a condução de aspectos específicos do tratamento e teria avaliado que era hora de renovar a equipe médica, buscando alguém com outro perfil, mais alinhado às atuais necessidades do ex-presidente e à rotina que o casal tem mantido desde o fim do governo.


O afastamento de Macedo gerou reações variadas. Embora a relação entre ele e Bolsonaro tenha sido marcada por confiança e reciprocidade, fontes afirmam que, nos últimos meses, houve distanciamento e redução no contato direto. A última internação de Bolsonaro, em São Paulo, teria sido o momento de virada, quando Michelle assumiu o controle das decisões médicas e iniciou conversas para buscar outra referência na área cirúrgica. Pessoas próximas ao casal disseram que a ex-primeira-dama tem buscado se informar profundamente sobre todas as frentes que envolvem a saúde do marido e, inclusive, passou a consultar profissionais de diversas áreas antes de tomar decisões.


Essa movimentação também ocorre em um momento em que Michelle ganha destaque no cenário político, sendo cotada como possível nome forte para representar o PL em eleições futuras. O gesto de assumir a frente na decisão sobre o cirurgião é visto como mais um sinal de liderança dentro da dinâmica do casal, e de um reposicionamento estratégico, tanto para preservar a imagem de Bolsonaro quanto para fortalecer sua própria.


Apesar da troca, aliados próximos de Bolsonaro evitam falar em desavença direta com Macedo. Afirmam que a mudança não significa uma ruptura traumática, mas sim uma reavaliação natural do momento que o ex-presidente vive. Com novas demandas, especialmente após o período em que ficou nos Estados Unidos e os problemas intestinais que enfrentou no retorno ao Brasil, a escolha por outro profissional estaria dentro de um contexto mais amplo de reestruturação pessoal e de saúde.


Michelle, por sua vez, tem mantido discrição sobre o assunto publicamente, mas internamente vem mostrando um perfil cada vez mais controlador e envolvido nas decisões familiares. A saída de Macedo da linha de frente do acompanhamento médico de Bolsonaro seria apenas um exemplo da influência crescente da ex-primeira-dama nas decisões do ex-presidente. Ela tem procurado aconselhamento técnico e jurídico em várias frentes e, de acordo com fontes próximas, não toma decisões impulsivas, mas com base em consultas e análises minuciosas.


O futuro do acompanhamento médico de Bolsonaro ainda será definido com mais clareza nas próximas semanas, à medida que o novo cirurgião assume suas funções de forma oficial. A expectativa é que, com o novo profissional, haja uma nova abordagem em relação às intervenções e cuidados preventivos, além de um cronograma mais organizado de check-ups e procedimentos, algo que Michelle vem exigindo como parte de uma rotina mais disciplinada e focada na saúde.


Enquanto isso, a troca de médico é observada também sob o prisma político. Como tudo que envolve Bolsonaro e seu entorno, decisões aparentemente pessoais acabam tendo repercussões maiores. O gesto de Michelle, portanto, não é apenas sobre saúde, mas também sobre controle, confiança e influência – elementos cada vez mais evidentes no novo papel que ela desempenha ao lado do ex-presidente. O tempo dirá se essa mudança trará os resultados desejados, tanto na recuperação de Bolsonaro quanto na consolidação da imagem de Michelle como figura central do bolsonarismo.

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