O encontro de Eduardo Bolsonaro com aliado de Trump alvo de Moraes

LIGA DAS NOTÍCIAS

Na última quarta-feira, dia 2 de abril de 2025, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente em "autoexílio" nos Estados Unidos, se reuniu com Jason Miller, ex-conselheiro do ex-presidente americano Donald Trump. O encontro, realizado em um momento tenso nas relações entre Brasil e Estados Unidos, ocorreu logo após Trump anunciar a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros importados para os Estados Unidos, uma medida que afeta diretamente a economia do Brasil.


Miller, que é dono da rede social Gettr, tem uma longa história de envolvimento com o governo de Trump e com a política conservadora. Em 2021, durante uma visita ao Brasil, ele se encontrou com o então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, e seu vínculo com a família Bolsonaro se estreitou desde então. A relação entre os Bolsonaro e a política americana foi marcada por uma série de encontros e trocas de apoio, mas também por conflitos, especialmente com membros do governo dos EUA que representam uma linha de oposição ao que foi o governo Trump.


O encontro em Washington, além de reunir figuras chave da extrema-direita, teve uma implicação mais profunda, já que Paulo Figueiredo, youtuber bolsonarista e aliado próximo de Eduardo Bolsonaro, também esteve presente. O evento ganhou notoriedade devido ao histórico de Miller com o Brasil. Em 2021, o ex-conselheiro de Trump foi detido pela Polícia Federal brasileira, ao tentar deixar o país. Sua detenção aconteceu sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a investigação do inquérito das fake news.


Miller foi questionado pela Polícia Federal no aeroporto de Brasília, o que gerou um grande tumulto diplomático entre Brasil e Estados Unidos na época. Sua visita ao Brasil foi marcada por sua promoção da plataforma Gettr, que se tornou um espaço para a disseminação de ideias conservadoras e uma alternativa às redes sociais dominadas por esquerdas e centros políticos mais moderados. Desde então, sua figura tornou-se mais polêmica e ele continuou a apoiar os valores de Trump, frequentemente defendendo políticas que afetam diretamente a ordem política brasileira.


Em sua página no "X", rede social anteriormente conhecida como Twitter, Miller registrou o encontro com Eduardo Bolsonaro. A publicação, acompanhada de uma foto do encontro, trazia a frase “Adivinha quem está de volta”, dando a entender que o contato com figuras brasileiras poderia representar o fortalecimento de uma aliança política importante para ambos os lados. Em resposta, Eduardo Bolsonaro escreveu: “Esses sorrisos vão ficar cada vez maiores. O melhor ainda está por vir”. A mensagem deixou entrever que novas alianças ou ações políticas estavam sendo preparadas, sem esclarecer completamente os detalhes.


Esse encontro ocorre em um contexto no qual o Brasil se vê em uma encruzilhada nas suas relações com os Estados Unidos. Além da questão das tarifas, outros fatores têm tensionado os laços diplomáticos entre os dois países. A postura do atual governo brasileiro em relação à política externa, a questão da liberdade de expressão e a judicialização de casos envolvendo membros da extrema-direita são apenas algumas das questões que geram controvérsias. Eduardo Bolsonaro, que sempre teve uma relação próxima com o ex-presidente Trump, busca reforçar esses laços para construir uma base de apoio internacional para sua política de oposição ao governo atual no Brasil.


Os interesses de Eduardo Bolsonaro em se alinhar com figuras políticas americanas têm sido um ponto recorrente em sua atuação política, especialmente nas redes sociais, onde ele e seus aliados frequentemente atacam o governo do Brasil e buscam apoio no exterior. No entanto, a presença de Miller e de outros aliados de Trump em sua estratégia política pode colocar em risco a relação do Brasil com os Estados Unidos, dada a natureza polarizada das discussões sobre o papel do Brasil nas questões globais.


O encontro de Eduardo Bolsonaro com Jason Miller também reflete um cenário onde o alinhamento internacional com figuras da extrema-direita mundial se torna uma estratégia de fortalecimento político, mas também cria um ambiente de tensão com outros setores políticos. A diplomacia brasileira tem sido desafiada a lidar com essas conexões, que por vezes ultrapassam os limites da política tradicional e se inserem em um contexto mais globalizado e volátil.


Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump segue sendo uma figura central na política americana e internacional, com a capacidade de mobilizar uma parte significativa da opinião pública. Mesmo após sua saída da presidência, Trump continua a ser um ponto de apoio para diversas correntes políticas, especialmente no campo da direita radical. A relação entre o Brasil e os Estados Unidos, portanto, permanece um tema de grande relevância, especialmente diante de encontros como o de Eduardo Bolsonaro com Jason Miller, que promete movimentar ainda mais a política internacional e a realidade política brasileira.

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