Os preços dos alimentos devem registrar nova alta nos próximos meses, segundo especialistas do setor e analistas de mercado. A combinação entre fatores climáticos adversos, aumento no custo de produção e instabilidade no cenário internacional tem pressionado toda a cadeia de abastecimento, elevando os valores cobrados diretamente ao consumidor final. Entre os principais itens com tendência de encarecimento estão o arroz, o feijão, o leite, as carnes e os hortifrutigranjeiros, que já apresentam variações perceptíveis nas gôndolas dos supermercados.
As chuvas irregulares e o calor intenso em diversas regiões produtoras impactaram diretamente na safra de grãos, prejudicando tanto a quantidade quanto a qualidade dos produtos. Esse cenário reduziu a oferta interna e exigiu maior importação de determinados itens, o que torna os preços ainda mais suscetíveis à variação do dólar. Outro ponto relevante é o aumento nos custos de transporte e combustíveis, que afeta todo o processo logístico, encarecendo desde o produtor rural até o consumidor.
A guerra na Ucrânia, os conflitos no Oriente Médio e a pressão inflacionária em economias centrais como Estados Unidos e Europa também interferem no preço dos alimentos no Brasil, uma vez que influenciam no valor dos insumos agrícolas e no comércio global. A expectativa do setor é de que, sem políticas públicas de estímulo à produção nacional e sem investimentos em infraestrutura, os preços devem permanecer elevados por um período prolongado.
Diante desse cenário, o poder de compra da população tende a cair, especialmente entre os mais pobres, que destinam grande parte da renda à alimentação. Organizações ligadas à segurança alimentar já demonstram preocupação com o impacto social desse novo aumento, que pode agravar os índices de insegurança alimentar no país, afetando milhões de famílias brasileiras.