De acordo com membros de diferentes partidos consultados por fontes da Revista Oeste, Motta tem se posicionado contra a tramitação célere da matéria, reforçando sua oposição à pressa em deliberar sobre o assunto. Deputados de legendas como PP, União Brasil, PSD e MDB, que mantiveram a confidencialidade sobre suas declarações, também expressaram sua concordância com a postura do presidente da Câmara. Sóstenes, por sua vez, reagiu à estratégia de Motta, destacando que seu trabalho tem sido de convencimento individual, tratando cada líder separadamente para que assinem o pedido de urgência.
A tensão sobre o andamento do projeto aumentou ainda mais quando Sóstenes se referiu à dificuldade que teve para conseguir uma audiência com Motta. Após insistir durante a semana, o líder do PL foi finalmente recebido na noite de quarta-feira, 2 de abril, às 23h. A reunião foi marcada por um cenário tenso, já que Motta havia inicialmente evitado se encontrar com o deputado. No entanto, o presidente da Câmara posou para fotos ao lado de ministros do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino e Alexandre de Moraes, durante um evento realizado no Senado, o que gerou críticas de Sóstenes.
O líder do PL não poupou palavras ao analisar a postura de Motta. Ele alegou que a estratégia do presidente da Câmara visava apenas ganhar tempo e que, ao final, ele não conseguiria evitar que o plenário se debruçasse sobre o tema. Sóstenes afirmou que o projeto da anistia precisa ser discutido pelo conjunto dos deputados e que não há como adiar indefinidamente a deliberação, já que se trata de uma questão relevante para o país.
A divisão dentro de alguns partidos também se tornou um fator de destaque nas últimas movimentações. O Partido Progressista (PP), que tem à frente o senador Ciro Nogueira, mostra-se dividido entre a ala de oposição e a parte que integra o centrão. Enquanto alguns membros do PP se alinham com a postura governista, outros preferem apoiar a proposta de anistia. Isso demonstra que o tema tem gerado um grande debate nas diferentes bancadas e tem sido uma fonte de divergência, com parlamentares buscando alternativas para garantir que o projeto avance.
Em meio a esse cenário de disputas internas, o clima na Câmara dos Deputados segue tenso, com movimentos de bastidores e articulações que refletem o impasse político em torno da anistia. A proposta, que já é vista como um ponto crítico nas negociações entre os diferentes grupos políticos, parece estar longe de alcançar um consenso. Enquanto a oposição tenta garantir a aprovação da anistia, o governo e aliados trabalham para retardar sua tramitação, em busca de uma solução que, na visão de muitos, poderia ser melhor discutida em um momento posterior.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, segue em seu papel de mediador, tentando equilibrar as forças políticas em jogo, mas sua postura tem sido questionada por alguns aliados da oposição, como Sóstenes Cavalcante. A proposta de anistia continua a ser um dos temas centrais do debate político e, enquanto não há uma solução definitiva, o clima de incerteza persiste no Congresso Nacional.