“Culpa da facada”, diz Gilson Machado sobre mal-estar de Bolsonaro

LIGA DAS NOTÍCIAS

Durante uma viagem ao Rio Grande do Norte, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi internado na madrugada desta sexta-feira, 11 de abril, após sofrer um mal-estar causado por dores abdominais. Acompanhado por aliados e assessores, Bolsonaro estava na cidade de Natal para participar de eventos políticos, incluindo a cerimônia de entrega do título de cidadão natalense, concedido pela Câmara Municipal da capital potiguar. A homenagem, que seria realizada ainda nesta sexta, precisou ser adiada devido ao quadro de saúde do ex-mandatário.


De acordo com o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que acompanhava Bolsonaro durante a viagem, as dores abdominais são consequências diretas da facada sofrida por ele em setembro de 2018, durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora, Minas Gerais. Segundo o relato de Machado em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro passou a noite sem conseguir dormir, queixando-se de desconforto e dor intensa na região do abdômen. Diante da situação, ele foi chamado ao quarto do ex-presidente às 5h da manhã, quando entrou em contato com o médico particular de Bolsonaro, doutor Antonio Luiz Macedo, responsável pelo acompanhamento clínico do político desde o atentado.


Ainda conforme o relato, o médico solicitou informações específicas sobre o estado clínico do ex-presidente, incluindo verificação da presença de gases e avaliação dos sons intestinais. Com base nas informações repassadas por Machado, o médico recomendou o uso de um medicamento. Após ser medicado, Bolsonaro apresentou uma leve melhora, mas, por precaução, foi levado de helicóptero a um hospital em Natal, onde está sob observação e passando por exames mais detalhados.


Aliados próximos e integrantes da equipe do ex-presidente afirmam que o forte calor da região Nordeste pode ter agravado o quadro clínico, já fragilizado pelas intervenções cirúrgicas anteriores e pelas complicações intestinais que o acompanham desde o atentado. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro enfrenta episódios semelhantes. Desde 2018, ele foi submetido a diversas cirurgias para tratar as consequências da facada, além de internações periódicas por obstruções intestinais e outras complicações gástricas.


A internação repentina do ex-presidente também impactou a continuidade do projeto político intitulado Rota 22, uma série de visitas e encontros organizados com o objetivo de fortalecer a base da direita no interior do Nordeste. A programação, que já contava com uma sequência de eventos nos próximos dias, deverá ser reavaliada. Assessores ainda não confirmaram se Bolsonaro permanecerá em Natal ou se será transferido para São Paulo, onde costuma realizar seus tratamentos com a equipe médica que o acompanha desde o atentado.


O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Bolsonaro poderá ser levado à capital paulista caso os médicos recomendem uma internação mais longa ou procedimentos complementares. A expectativa é de que novos boletins médicos sejam divulgados ao longo do dia para atualizar a população sobre o estado de saúde do ex-presidente.


Nas redes sociais, a notícia da internação provocou uma onda de manifestações por parte de apoiadores e aliados políticos. Muitos pediram orações e desejaram pronta recuperação a Bolsonaro, reforçando a narrativa de que ele continua pagando o preço do ataque que sofreu durante a campanha presidencial. A hashtag com o nome do ex-presidente rapidamente entrou para os assuntos mais comentados no Brasil no início da tarde.


Em paralelo ao episódio, o secretário de Saúde do Rio Grande do Norte também esteve com a comitiva que acompanhava Bolsonaro e deu suporte à equipe médica local durante os procedimentos iniciais. Fontes ligadas ao governo estadual confirmaram que o atendimento foi feito com prioridade, dada a notoriedade do paciente.


A previsão é de que, após a estabilização completa do quadro clínico, Bolsonaro possa retomar sua agenda, caso receba autorização médica. No entanto, a equipe próxima ao ex-presidente reforça que o foco agora é garantir sua recuperação total antes de qualquer decisão sobre a continuidade das atividades políticas programadas para os próximos dias.


O episódio reacende o debate sobre as sequelas de longo prazo deixadas pelo atentado de 2018 e reforça a imagem de Bolsonaro como uma figura política que continua sendo afetada por eventos dramáticos do passado. Para seus apoiadores, esse é mais um capítulo de resistência de um líder que, mesmo fora do poder, continua ativo e influente na cena política brasileira.

Tags

#buttons=(Accept !) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Check Now
Accept !